Pesquisadores do Smithsonian Tropical Research Institute (STRI) identificaram em 2025 um fenômeno climático inédito no Golfo do Panamá: a ressurgência sazonal, que costuma ocorrer entre janeiro e abril, simplesmente não aconteceu neste ano.
O que é a ressurgência sazonal
Normalmente, esse processo traz águas frias e ricas em nutrientes das camadas profundas para a superfície, alimentando a cadeia alimentar marinha e ajudando a manter os recifes de corais menos expostos ao calor extremo. Ele também sustenta a pesca local, já que aumenta a abundância de peixes.
Sem a ressurgência, os cientistas observaram que:
as quedas de temperatura típicas da estação não ocorreram;
os picos de produtividade biológica ficaram abaixo do esperado;
os ecossistemas marinhos perderam parte de sua regulação natural.
Causas da interrupção
O estudo aponta que a ausência do fenômeno foi consequência de uma redução nos padrões de vento que normalmente impulsionam a movimentação das correntes oceânicas. Essa anomalia rompeu o equilíbrio que alimenta o sistema de ressurgência no Pacífico panamenho.
Impactos ambientais e econômicos
A falta da ressurgência pode trazer repercussões significativas:
Pesca: queda na produtividade e no rendimento da atividade pesqueira, que depende da renovação de nutrientes para sustentar cardumes.
Corais: aumento do estresse térmico, já que a ausência de águas frias agrava o aquecimento dos recifes, com risco de branqueamento e morte de colônias.
Comunidades locais: perda de recursos pesqueiros e possível aumento de vulnerabilidade socioeconômica.
Relevância global
Embora localizado, o caso do Panamá serve como sinal de alerta sobre as mudanças climáticas. Os cientistas alertam que alterações em fenômenos como a ressurgência podem se tornar mais frequentes, afetando não apenas ecossistemas tropicais, mas também cadeias de produção de alimentos marinhos em escala mundial.


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