Itaú promove demissões em massa após fraudes no ‘bate o ponto’

Cerca de mil trabalhadores foram desligados do Itaú Unibanco nesta segunda-feira (8), segundo estimativa do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região. As demissões atingiram diferentes áreas e tiveram como justificativa principal divergências entre a marcação de ponto e as atividades registradas nos sistemas do banco durante o regime de home office.

O Itaú afirmou, em nota, que as decisões ocorreram após uma “revisão criteriosa de condutas relacionadas ao trabalho remoto e registro de jornada”, alegando ter identificado “padrões incompatíveis com os princípios de confiança” da instituição.

Monitoramento e critérios de avaliação

O jornal Folha de S.Paulo apurou que o banco monitora a produtividade de seus empregados por meio de:

cliques e navegação em abas no computador;

inclusão de tarefas e abertura de chamados em softwares internos;

comparação dessas métricas com os registros no ponto eletrônico.


Discrepâncias entre a jornada marcada e a atividade digital teriam embasado as demissões, que foram realizadas em sua maioria sem justa causa, embora alguns casos tenham resultado em advertências.

Contestação e críticas

Nas redes sociais, funcionários demitidos contestaram a versão oficial, alegando bom desempenho e até promoções recentes. O Sindicato dos Bancários repudiou as dispensas e classificou o movimento como “inaceitável”, argumentando que:

o banco tem lucros bilionários, mas promove cortes em massa sob a justificativa de produtividade;

os ganhos da digitalização poderiam ser revertidos em melhores condições de trabalho e empregos estáveis;

faltou diálogo com os trabalhadores antes da decisão.


O sindicato prometeu intensificar os protestos contra o Itaú e cobrar responsabilidade social e compromisso com os funcionários.

Contexto

O Itaú possui cerca de 100 mil empregados, grande parte em regime híbrido.

Todos, em qualquer modalidade, precisam registrar entrada e saída no ponto eletrônico.

O caso expõe o debate sobre monitoramento digital no home office e os limites entre gestão de produtividade e invasão de privacidade.

Redação:
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