Presidente da França escolhe Sébastien Lecornu, até então ministro da Defesa, para ser primeiro-ministro. Ele sucede o centrista François Bayrou, que renunciou após perder moção de confiança no Parlamento.
O presidente da França, Emmanuel Macron, nomeou nesta terça-feira (09/09) Sébastien Lecornu, de 39 anos, membro do seu partido, Renascimento (RE), e até então ministro da Defesa, como novo primeiro-ministro do país.
Macron confiou a Lecornu “a tarefa de consultar as forças políticas representadas no Parlamento com vistas à aprovação de um orçamento nacional e à construção dos acordos essenciais para as decisões que serão tomadas nos próximos meses”, comunicou a Palácio do Eliseu.
Um dos fatores-chave para a opção por Lecornu seria sua proximidade com Macron, que já queria nomeá-lo premiê em dezembro de 2024, em detrimento do centrista François Bayrou, que apresentou nesta terça sua renúncia após perder de forma esmagadora uma moção de confiança na Assembleia Nacional.
Três antecessores não resistiram um ano
O ex-integrante do partido de centro-direita Os Republicanos é o sétimo primeiro-ministro nomeado por Macron durante sua presidência, iniciada em 2017, e o quinto no segundo mandato, iniciado em 2022. Seus três últimos predecessores, Gabriel Attal, Michel Barnier e François Bayrou, tiveram mandatos que não chegaram a um ano.
Os dois últimos caíram em moções na Assembleia Nacional, após um acordo circunstancial entre a ultradireita de Marine Le Pen e o bloco da esquerda.
Se o novo chefe do governo não quiser acabar como seus dois antecessores, terá que chegar a um acordo de não agressão na Assembleia Nacional, seja com o grupo da ultradireita, seja com parte dos progressistas, a princípio os socialistas.
Em plena incerteza social e econômica que a França atravessa, sob a pressão dos mercados e dos protestos sociais, o projeto de orçamento de 2026, que deve ser apresentado em outubro, será o primeiro teste do novo primeiro-ministro.
Lecornu, que assumirá suas novas funções nesta quarta-feira, deverá ainda apresentar seu gabinete ministerial nos próximos dias.
Publicado originalmente pelo DW em 09/09/2025