Malásia ergue voz contra a fúria israelense no Oriente

A Malásia se une ao bloco árabe e islâmico em defesa da Palestina, acusando Israel de violar fronteiras e leis internacionais com ataques repetidos / Reprodução

Anwar classificou a postura israelense como “insolência desumana” e alertou para o risco de a violência se espalhar por toda a região


“Como um único país pode se comportar com tamanha insolência ao atacar seis nações em apenas uma ou duas semanas?” A pergunta, carregada de uma indignação que ecoa por todo o Sul Global, não foi feita por um ativista, mas pelo primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim. Em uma condenação contundente no sábado, ele verbalizou o ultraje de milhões diante da mais recente escalada de terror de Israel, que deixou um rastro de destruição e morte do Mediterrâneo ao Golfo Pérsico.

A denúncia de Anwar não é um exagero retórico. Em um rampage regional sem precedentes, Israel lançou ataques contra a Palestina, Líbano, Síria, Iêmen, Catar e até mesmo a Tunísia. A agressão revela um Estado que age com desprezo absoluto pelo direito internacional, confiante na carta branca concedida por seus patronos ocidentais.

O episódio mais chocante desta ofensiva ocorreu em Doha, na terça-feira. Em um ato de sabotagem direta a qualquer esforço de paz, a força aérea israelense bombardeou um complexo residencial que abrigava uma delegação do Hamas. Os líderes palestinos discutiam uma nova proposta de paz mediada pelos EUA, Egito e o próprio Catar. O ataque não só matou cinco membros do Hamas, mas também um oficial de segurança do Catar, assassinando um cidadão em sua própria capital, um país que ironicamente tentava mediar o fim de um conflito que já ceifou a vida de mais de 64.000 palestinos desde outubro de 2023.

A audácia israelense se estendeu até as águas da Tunísia, onde a Flotilha Global Sumud, uma missão de solidariedade, foi supostamente atingida por um drone. O governo tunisiano prometeu uma investigação completa para expor ao mundo “quem planejou este ataque, quem conspirou e quem executou a execução”, indicando a gravidade de um ato de terrorismo em suas águas soberanas.

Diante desta “insolência desumana dos sionistas”, como classificou Anwar, a resposta do mundo árabe-islâmico está se organizando. O primeiro-ministro malaio confirmou que participará de uma cúpula extraordinária em Doha na segunda-feira, transformando sua indignação em ação política. A reunião de chefes de estado não será apenas para lamentar, mas para traçar uma estratégia comum de resposta. Na agenda, está a brutalidade contínua de Israel em Gaza e na Cisjordânia e, crucialmente, o ataque em solo catari.

A fala de Anwar Ibrahim é mais do que uma condenação; é um desafio a uma ordem mundial que normalizou a impunidade de Israel. É o grito de um líder do Sul Global que se recusa a assistir em silêncio enquanto um país, agindo como uma milícia regional, exporta sua guerra e seu terror. A cúpula em Doha será um termômetro para medir se essa indignação coletiva pode finalmente se traduzir em ações concretas que coloquem um freio na violência de um Estado que se considera acima de qualquer lei.

Com informações de Agência Anadolu*

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