Renúncia do ministro do Interior e críticas de organizações internacionais refletem a pressão da população e o desafio de restaurar a confiança no governo
A ex-presidente do Supremo Tribunal do Nepal, Sushila Karki, assumiu o cargo de primeira-ministra do governo interino na noite de sexta-feira, após a renúncia de KP Sharma Oli na terça-feira. Karki foi nomeada para o cargo pelo presidente Ram Chandra Poudel e depois foi empossada pelo presidente na presença de enviados estrangeiros e outros.
Karki manterá todos os ministérios consigo e seu governo interino está encarregado de realizar uma eleição geral dentro de seis meses, de acordo com a carta de nomeação lida na ocasião. Com 73 anos, Karki é a primeira e única mulher no Nepal a servir como presidente do Supremo Tribunal.
O país enfrenta uma instabilidade política crônica desde a abolição da monarquia em 2008, com 14 governos diferentes e nenhum completando o mandato completo de cinco anos. Oli, de 73 anos, assumiu seu quarto mandato no ano passado. Especialistas apontam que, embora a criação de empregos seja uma preocupação real, a indignação popular está enraizada principalmente na insatisfação com nomeações governamentais e na incapacidade do Executivo em combater a corrupção de forma efetiva.
O bloqueio das redes sociais ocorre em um contexto global de crescente supervisão sobre plataformas digitais e grandes empresas de tecnologia, motivada por preocupações com desinformação, segurança dos dados e ordem pública. Reguladores defendem controles mais rigorosos, mas críticos alertam que tais medidas podem ameaçar a liberdade de expressão, especialmente em países com democracias jovens e frágeis, como o Nepal.
Com a posse de Sushila Karki, o país busca estabilizar o cenário político e preparar o terreno para eleições gerais, enquanto lida com a pressão da população jovem e com o desafio de restaurar a confiança na governança e no sistema judicial.