O Ibovespa iniciou a semana em tom otimista, alcançando mais uma marca histórica e voltando a se aproximar dos 144 mil pontos nesta segunda-feira (15). O desempenho foi impulsionado, principalmente, pela aposta de que o Federal Reserve anunciará um corte nos juros na reunião desta semana, além de sinais internos que reforçam a chance de flexibilização da Selic a partir de 2026.
O principal índice da B3 encerrou o pregão em alta de 0,9%, aos 143.546,50 pontos, cravando novo recorde de fechamento. Durante o dia, chegou a atingir 144.193,58 pontos no melhor momento da sessão, também o maior patamar intradia já registrado. O volume financeiro somou R$ 17 bilhões. O dólar, por sua vez, recuou 0,59% e encerrou vendido a R$ 5,3220.
A expectativa sobre a decisão do Fed foi turbinada por declarações do ex-presidente Donald Trump, que voltou a pressionar Jerome Powell por cortes mais agressivos nos juros básicos. O encontro do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) termina na quarta-feira (17), e a maioria do mercado aposta em uma redução de 0,25 ponto percentual, dos atuais 4,25% a 4,50%.
No cenário doméstico, os investidores também acompanham de perto a reunião do Copom, que deve manter a Selic em 15% nesta quinta-feira. A publicação do comunicado será observada em busca de sinais sobre a avaliação da autoridade monetária a respeito da atividade e da inflação. O IBC-Br, considerado uma prévia do PIB, reforçou o pessimismo ao mostrar retração de 0,5% em julho, acumulando a terceira queda seguida.
Apesar do recuo na atividade, analistas avaliam que o ambiente externo mais favorável e as projeções menores para inflação reforçam o espaço para cortes na Selic a partir de 2026. Economistas, no entanto, ponderam que uma valorização maior do real ou uma desaceleração mais forte da economia poderiam antecipar esse movimento ainda para 2025, embora o cenário base siga mais conservador.