O deputado Pedro Campos (PSB-PE) declarou neste domingo (14) que o Partido Liberal (PL), de Jair Bolsonaro, estaria promovendo o tema da anistia de maneira seletiva, com o único objetivo de proteger o ex-presidente, deixando de lado os manifestantes presos pelos ataques às sedes dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.
Para Campos, a mobilização do PL em torno da anistia só se intensifica quando há risco jurídico direto para Bolsonaro. Ele afirmou que, historicamente, o partido do ex-presidente se mostra menos empenhado quando o assunto é simplesmente defender aqueles que participaram dos atos sem que ele próprio esteja envolvido.
Ele lembrou que, logo após os episódios de 8 de janeiro, Bolsonaro chamou os manifestantes de “baderneiros” e “malucos”. Só depois, conforme os processos se aproximaram dele, é que voltou a incorporar no discurso a ideia de anistia.
Pedro Campos também criticou o abandono desses apoiadores, que segundo ele foram usados politicamente e depois deixados de lado. Ele disse que, se depender do ex-presidente, quem foi preso em 8 de janeiro pode esperar muito para algum tipo de libertação formal. “Aquelas pessoas sempre foram usadas por ele […] foram abandonadas por ele desde o dia em que ele pegou um avião e foi para os Estados Unidos e continuam abandonadas por ele”, afirmou.
Além disso, Campos avaliou que o governador Tarcísio de Freitas, que tem defendido a anistia, estaria se aproximando da base bolsonarista por meio dessa pauta. Ele sugeriu que isso pode gerar tensão política para Tarcísio, afastando segmentos moderados ou econômicos que poderiam apoiá-lo, dada a articulação recente do PL e do Centrão em torno desse tema.