A revista The Economist publicou nesta quarta-feira (17) uma análise sobre os índices de aprovação do presidente Donald Trump em seu segundo mandato. Passados 240 dias desde a posse, o republicano enfrenta um cenário de desgaste político: sua taxa de aprovação está em 39%, enquanto 56% dos americanos desaprovam sua gestão. O resultado é um saldo negativo de 17 pontos, dois pontos e meio pior do que na semana anterior.
Segundo a publicação, esse desempenho repete o padrão do primeiro mandato, quando Trump quase nunca alcançou índices positivos de popularidade. Em 2025, o presidente até começou com avaliação razoável, mas a confiança caiu rapidamente. Em menos de dois meses, sua aprovação já estava em território negativo e não voltou a se recuperar.
A economia, principal bandeira de sua reeleição, é o ponto mais sensível. Trump prometeu “salários em alta, inflação zerada e prosperidade inédita para a classe média”, mas a realidade tem sido outra. Seus embates comerciais fizeram a confiança dos estadunidenses despencar. Questões como imigração e criminalidade, centrais para sua base republicana, também passaram a registrar índices de desaprovação.
O levantamento da Economist/YouGov mostra ainda que a insatisfação atravessa fronteiras políticas. Embora Trump continue popular em estados tradicionalmente republicanos e entre homens brancos sem ensino superior, ele perde apoio em regiões que o reconduziram à Casa Branca em 2024. Entre os mais jovens, minorias raciais e pessoas com maior nível de escolaridade, o presidente enfrenta forte rejeição. Até mesmo entre eleitores idosos, um grupo historicamente conservador, o entusiasmo é morno.
O estudo também revela quais temas mais preocupam os americanos neste momento. A inflação aparece como prioridade para 22% da população, seguida por economia e empregos (13%), saúde (11%) e direitos civis (9%). O recorte partidário, porém, mostra diferenças: republicanos colocam imigração e impostos entre os principais problemas, enquanto democratas destacam saúde e mudanças climáticas.
Para a revista, a conjuntura indica que, embora Trump não possa disputar a reeleição em 2028, sua governabilidade dependerá da percepção pública. A queda de aprovação limita sua margem de ação no Congresso e pode fragilizar aliados republicanos nas eleições legislativas do próximo ano.