O jornal Folha de S.Paulo ampliou nesta terça-feira (16) sua ofensiva contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, publicando um editorial que ecoa as críticas feitas em reportagem divulgada no dia anterior. O movimento, segundo análise do Brasil 247, compõe uma estratégia de desgaste político e antecipa apoio à candidatura de Tarcísio de Freitas (Republicanos) na disputa presidencial de 2026.
Reportagem e editorial em sequência
Na segunda-feira (15), a Folha já havia publicado matéria associando o governo a riscos de desequilíbrios fiscais e externos, em tom que especialistas classificam como alarmista. O editorial de terça-feira, intitulado “Como Dilma, Lula estimula demanda, inflação e déficits”, reforça a tese de que o atual governo estaria repetindo supostos “erros” da gestão Dilma Rousseff, chegando a prever déficits gêmeos (nas contas públicas e no saldo externo).
Contraponto econômico
Os ataques, contudo, contrastam com indicadores positivos recentes. O Brasil cresceu acima de 3% ao ano em 2023 e 2024, deve repetir o desempenho em 2025, registrou o menor desemprego da série histórica e saiu do mapa da fome da ONU. O país também melhorou classificações de risco e ampliou sua credibilidade internacional.
Ao omitir esses avanços, a Folha foi acusada por críticos de ignorar dados sociais e econômicos e adotar um discurso de “terrorismo fiscal”.
Conexão política e sucessão de 2026
O tom adotado pela Folha reforça a percepção de alinhamento com setores do capital financeiro que enxergam em Tarcísio de Freitas o nome mais competitivo da direita após a condenação definitiva de Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão pelo STF. Nesse contexto, o jornal é acusado de atuar não apenas como crítico do governo, mas como ator político, preparando terreno para 2026.
Reedição de 2016
Analistas lembram que a narrativa lembra a cobertura da Folha no processo que levou ao impeachment de Dilma Rousseff, acusado por setores progressistas de ter sido um golpe de Estado midiático-parlamentar. O atual discurso é visto como repetição dessa prática, agora voltada contra Lula, com objetivo de desestabilizar o governo e pavimentar a campanha da oposição.