Pequim desafia hegemonia e defende diálogo com os EUA

Apesar das sanções e tensões, diálogo construtivo promete estabilidade e cooperação sustentável nas relações bilaterais / Reprodução

Representantes ressaltam respeito mútuo e consulta igualitária como base para avançar em acordos econômicos e fortalecer a economia global


As delegações da China e dos Estados Unidos promoveram nesta segunda-feira em Madrid uma rodada de conversas econômicas e comerciais descrita como franca, profunda e construtiva, com base no respeito mútuo e na consulta igualitária. Entre os principais temas discutidos estava o TikTok, que tem gerado tensões entre os dois países.

Li Chenggang, representante de comércio internacional do Ministério do Comércio da China e vice-ministro da pasta, afirmou em coletiva de imprensa que os dois lados reconheceram a importância de uma relação econômica e comercial estável entre China e EUA, destacando seu impacto não apenas bilateral, mas também na estabilidade e no desenvolvimento da economia global.

“Como dois grandes países com diferentes níveis de desenvolvimento e sistemas econômicos distintos, é natural que existam atritos e divergências no comércio e na cooperação econômica”, disse Li. “A chave está em respeitar os interesses centrais de cada lado e buscar soluções por meio do diálogo e da consulta.”

Sobre o TikTok, Li destacou que a China sempre se opôs à politização e à instrumentalização da tecnologia, assim como à militarização de questões econômicas e comerciais. “Nunca buscaremos acordos às custas de princípios, interesses de empresas ou justiça e equidade internacionais”, afirmou. O governo chinês, acrescentou, continuará protegendo firmemente os interesses nacionais e os direitos legítimos das empresas chinesas, realizando a aprovação da exportação de tecnologia de acordo com as leis e regulamentos aplicáveis e respeitando a vontade das empresas de conduzir negociações em igualdade de condições e de acordo com princípios de mercado.

Durante as discussões em Madrid, ambas as partes trocaram pontos de vista aprofundados sobre o TikTok e chegaram a um consenso básico para resolver as questões por meio da cooperação, redução de barreiras de investimento e promoção de acordos econômicos e comerciais relevantes. “As partes continuarão a manter comunicação próxima, discutir os detalhes dos documentos finais e cada uma seguirá seus procedimentos de aprovação nacionais”, explicou Li.

O vice-diretor da Administração do Ciberespaço da China, Wang Jingtao, complementou que o consenso alcançado reforça o respeito à vontade das empresas e às regras do mercado, incluindo a operação confiada dos negócios de segurança de conteúdo e dados do TikTok nos EUA e o licenciamento de uso do algoritmo e outros direitos de propriedade intelectual. O governo chinês avaliará e aprovará todas as questões envolvendo exportação de tecnologia e licenciamento de propriedade intelectual de acordo com a legislação vigente.

Li também comentou que, apesar do avanço nas negociações, a China continua preocupada com a expansão das sanções americanas contra entidades chinesas, mesmo após diversas consultas econômicas e comerciais. “Os Estados Unidos ultrapassaram o conceito de segurança nacional e vêm aumentando continuamente sua lista de restrições, estendendo seu alcance de forma unilateral e violando normas básicas do direito internacional”, disse.

O vice-ministro reforçou que a China se opõe firmemente a essas medidas e já levantou sérias preocupações durante as negociações. “O lado americano não pode, por um lado, pedir à China que responda às suas preocupações e, por outro, continuar reprimindo empresas chinesas. Instamos os EUA a corrigirem esses erros, suspenderem as restrições rapidamente e trabalharem conosco para proteger os resultados conquistados nas consultas, promovendo relações econômicas e comerciais bilaterais saudáveis, estáveis e sustentáveis”, concluiu Li.

O encontro em Madrid demonstra que, apesar das divergências, ambos os países buscam meios de reduzir mal-entendidos e fortalecer a cooperação, garantindo mais estabilidade às relações bilaterais e, ao mesmo tempo, contribuindo para o equilíbrio e a previsibilidade da economia global.

Com informações de Xinhua*

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