Como uma cena em um filme de ação! Cerca de oito homens armados invadiram o Hospital Municipal Pedro II durante a madrugada; um dos invasores vestiu até mesmo um uniforme falso
Uma ação criminosa assustou a população e os profissionais de saúde do Hospital Municipal Pedro II, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira (18/9). Por volta das 2h30, cerca de oito homens armados e encapuzados invadiram a unidade de saúde, rendendo os seguranças na entrada do estacionamento e seguindo em direção ao centro cirúrgico, em busca de um paciente de 31 anos, internado após ter sido baleado em uma emboscada horas antes.
O homem, que é apontado pela polícia como testemunha de crimes, foi alvo de um ataque na tarde de terça-feira (17/9), quando levou nove tiros e teve sua casa invadida e destruída pelos mesmos criminosos. Ele conseguiu escapar e, com a ajuda de vizinhos, foi levado ao hospital para receber atendimento médico.
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De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, ao chegarem ao centro cirúrgico, os invasores não encontraram o paciente, que já havia sido transferido para a enfermaria. Entre os integrantes do grupo, um chegou a vestir um uniforme da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco-IE), da Polícia Civil do Rio, mas a própria Draco confirmou que se tratava de uniforme falso.
A Polícia Militar foi imediatamente acionada e reforçou a segurança na unidade. Apesar da pronta resposta, a invasão deixou servidores e pacientes em estado de alerta e interrompeu atendimentos essenciais.
“Completo terror” no hospital
O secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, classificou o episódio como um ato absurdo e desrespeitoso, destacando os riscos enfrentados por pacientes e profissionais de saúde.
— “Foi uma situação completamente absurda, uma falta de respeito com os outros pacientes, com os profissionais de saúde, colocando toda a unidade de saúde em risco”, afirmou.
Soranz detalhou ainda que, no momento da invasão, pacientes graves estavam sendo atendidos no CTI e no centro cirúrgico, enquanto profissionais realizavam o transporte de exames e bolsas de sangue, sendo impedidos de seguir suas rotinas. Segundo ele, cenas de violência como essa têm se tornado cada vez mais frequentes nas unidades de saúde do Rio.
— “Este ano, tivemos que suspender o funcionamento de unidades 516 vezes por motivos de segurança, por invasão ou risco. O número só aumentou nos últimos anos e não há respeito em relação às unidades de saúde. A polícia vem perdendo território cada vez mais e os prejuízos para operações aumentam a cada dia”, lamentou o secretário.
O episódio evidencia a vulnerabilidade das unidades de saúde em áreas com presença de milícias e organizações criminosas, reforçando a necessidade de medidas emergenciais para proteger pacientes, equipes médicas e os próprios hospitais, que devem ser espaços de cuidado e não de violência.