O gesto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao citar de forma amistosa o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante discurso na ONU causou forte impacto entre lideranças bolsonaristas.
Apesar da tentativa de setores da direita em minimizar o episódio, a avaliação predominante é de que Lula saiu fortalecido politicamente. A informação foi publicada pela coluna Painel, da Folha de S.Paulo.
Reação no campo bolsonarista
Segundo aliados de Jair Bolsonaro, a postura serena e firme de Lula no embate com o governo norte-americano o colocou em posição de vantagem. Entre os derrotados, aparecem figuras como Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o comentarista Paulo Figueiredo, ambos defensores de medidas mais duras contra o Brasil no cenário internacional.
Um dirigente ouvido pela Folha foi categórico: caso Lula consiga avançar em um acordo comercial com Trump, o resultado seria devastador para Eduardo Bolsonaro.
“Arrebenta de vez o Eduardo”, disse a liderança.
Interesse de Trump em negociar
Apesar das críticas ao Brasil no mesmo discurso, a análise dentro do bolsonarismo é de que o próprio governo Trump tem interesse em buscar um armistício. Os EUA enfrentam pressões internas e impactos econômicos da guerra tarifária. Setores do mercado norte-americano já cobram da Casa Branca uma resposta mais pragmática, o que poderia abrir espaço para negociações com o governo brasileiro.
Narrativa nas redes sociais
Nas redes, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo sustentam que Trump teria armado uma “cilada” para Lula e insistem que os EUA conduzirão qualquer diálogo em posição de força. Ainda assim, até mesmo dentro do campo bolsonarista cresce a percepção de que o episódio representou uma vitória política para Lula, que conseguiu transformar o aceno em narrativa de soberania nacional e habilidade diplomática.