Guerra entre Rússia e Ucrânia se intensifica com ataques aéreos

Moscou interceptou dezenas de drones ucranianos, enquanto a Ucrânia derrubou mais de cem aparelhos russos, mostrando o alto custo da guerra tecnológica / AP

Nas últimas 24 horas, ataques de drones transformaram cidades russas e ucranianas em zonas de alerta máximo, coincidindo com a chegada de Zelensky à ONU


Nas últimas 24 horas, o conflito entre Rússia e Ucrânia registrou uma escalada significativa com uma nova onda de ataques de drones de ambos os lados, coincidindo com a chegada do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, à Assembleia Geral da ONU em Nova York.

Segundo autoridades russas, um bombardeio coordenado de drones ucranianos teve Moscou como alvo, com as defesas aéreas russas interceptando pelo menos 46 drones que se dirigiam à capital. O ataque começou por volta das 19h30 de segunda-feira, horário local, e continuou até a tarde de terça-feira, segundo informações do prefeito de Moscou, Sergei Sobyanin. Apesar da intensidade do ataque, não houve relatos de vítimas, embora equipes de emergência tenham respondido à queda de destroços em diversos pontos da cidade.

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O Ministério da Defesa da Rússia informou que, no total, 127 drones ucranianos foram abatidos apenas nesse período, somando 236 drones derrubados desde o início da semana. Os ataques ucranianos também atingiram a cidade de Yelabuga, a 916 quilômetros a leste de Moscou, onde fica localizada uma grande fábrica de drones de ataque de longo alcance, de acordo com o membro do Conselho de Segurança e Defesa Nacional da Ucrânia, Andriy Kovalenko, que publicou detalhes no Telegram.

A ofensiva teve impacto direto na rotina civil. Viagens aéreas foram interrompidas nos quatro aeroportos de Moscou, além de restrições temporárias em aeroportos de outras seis cidades russas. A Rússia relatou, ainda, que mais de 20 pessoas morreram e 121 civis ficaram feridos em ataques ucranianos em diversas regiões russas na semana passada, segundo o funcionário do Ministério das Relações Exteriores, Rodion Miroshnik, à agência TASS.

Enquanto isso, a Rússia continuou seus próprios ataques, lançando mísseis e drones contra alvos em toda a Ucrânia. A força aérea ucraniana informou que conseguiu abater ou suprimir 103 drones russos durante a noite de terça para quarta-feira. No entanto, três mísseis e 12 drones conseguiram atingir seus alvos em seis locais diferentes, causando danos e exigindo resposta rápida das equipes de emergência locais.

O aumento da violência ocorre justamente quando Zelensky se prepara para reuniões bilaterais em Nova York, incluindo um encontro com seu homólogo americano, com o objetivo de pedir que Washington pressione ainda mais Moscou para encerrar a guerra. O cenário evidencia não apenas a escalada militar no terreno, mas também a crescente tensão diplomática, enquanto a comunidade internacional acompanha atentamente os desdobramentos do conflito.

O ciclo contínuo de ataques de drones mostra que, apesar de negociações e pressões externas, a guerra entre Rússia e Ucrânia permanece intensa e imprevisível, com impactos diretos sobre civis e infraestrutura crítica em ambos os lados.

Enquanto a guerra entre Rússia e Ucrânia segue em ritmo intenso, os ataques aéreos russos continuaram a provocar vítimas e destruição em várias regiões ucranianas nas últimas 24 horas. Segundo a Associated Press (AP), aeronaves russas lançaram cinco bombas planadoras na cidade de Zaporizhzhia, no centro-sul da Ucrânia, matando um homem, de acordo com o chefe regional, Ivan Fedorov.

Na cidade de Tatarbunary, na região de Odesa, no sudoeste do país, mísseis balísticos russos atingiram o centro urbano, causando a morte de uma mulher, conforme informou o chefe regional Oleh Kiper. Esses ataques reforçam a gravidade da situação humanitária e o risco constante para civis, mesmo longe das linhas de frente do conflito.

O aumento da violência coincide com a chegada do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky a Nova York, onde participará da Assembleia Geral da ONU. Em discursos e entrevistas, Zelensky reforçou a necessidade de pressão internacional contra a Rússia, defendendo medidas concretas para responsabilizar Moscou pelo conflito.

“Há uma necessidade real de forte pressão sobre a Rússia, novas medidas conjuntas de todos no mundo que acreditam que o direito internacional deve funcionar novamente”, afirmou Zelensky, destacando a importância de sanções rigorosas, pressão política firme e responsabilização da Rússia. “Tudo isso vai acontecer”, acrescentou, em mensagem direta à comunidade internacional.

Durante sua estadia em Nova York, Zelensky deve se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Fontes indicam que, em encontro recente no mês passado, Trump concordou em fornecer garantias de segurança à Ucrânia em caso de um eventual acordo pós-guerra, reforçando o apoio de Washington ao governo ucraniano.

Enquanto isso, Vladimir Putin, presidente da Rússia, não participará pessoalmente da Assembleia Geral. A delegação russa será liderada pelo Ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, que discursará perante a ONU no sábado. A ausência de Putin ressalta as tensões diplomáticas e o distanciamento da Rússia em relação às negociações multilaterais recentes.

A combinação de ataques aéreos contínuos e intensificação da diplomacia internacional evidencia que, mesmo com o debate político global em curso, a guerra na Ucrânia permanece ativa, com consequências diretas para civis e infraestruturas críticas, enquanto líderes mundiais buscam caminhos para a contenção do conflito e um eventual cessar-fogo.

Com informações de The Cradle*

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