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Rede espacial da China garante comunicação mesmo sem sinal terrestre

Com planos de chegar a 5.676 satélites, a Geespace mira banda larga global e integração completa com IA, big data e computação em nuvem Das águas da província de Shandong, um dragão de fogo ascendeu aos céus na última quarta-feira. O lançamento de mais 11 satélites a bordo de um foguete Smart Dragon-3 não foi […]

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A plataforma permite comunicação direta veículo-satélite, suportando carros, máquinas pesadas e pesca marítima, além de emergências globais / Reprodução

Com planos de chegar a 5.676 satélites, a Geespace mira banda larga global e integração completa com IA, big data e computação em nuvem


Das águas da província de Shandong, um dragão de fogo ascendeu aos céus na última quarta-feira. O lançamento de mais 11 satélites a bordo de um foguete Smart Dragon-3 não foi apenas mais um evento no calendário espacial; foi o arremate final de uma teia invisível que agora abraça o planeta. Com 64 satélites em órbita, a China completou a primeira fase de uma constelação dedicada à Internet das Coisas (IoT), criando uma espinha dorsal digital soberana, projetada para servir à economia real e oferecer ao mundo uma nova alternativa aos monopólios tecnológicos do Ocidente.

Este não é um projeto para conectar apenas smartphones de consumidores em cafés urbanos. A iniciativa, liderada pela Geespace, braço espacial da gigante automotiva Geely, é a materialização de uma estratégia nacional que visa integrar a mais avançada tecnologia espacial ao chão de fábrica, ao campo e ao mar. É a “Internet das Coisas” a serviço dos trabalhadores e da produção.

A constelação já está sendo testada em parcerias com a gigante de máquinas de construção Zoomlion, com a pesca marinha e com a logística. Imagine um operador de guindaste em uma obra remota, longe de qualquer torre de celular, podendo transmitir dados vitais sobre a máquina em tempo real. Pense em uma frota de pesca em alto-mar, mantendo a comunicação para segurança e eficiência. É para isso que a rede foi construída.

Para a indústria automotiva, é uma revolução. A Geespace nasceu para criar redes de veículos conectados, garantindo que os carros estejam sempre online. Alguns modelos elétricos da Geely, como o Zeekr e o Galaxy, já saem de fábrica com essa capacidade. Se um motorista estiver em uma área sem sinal terrestre, ele pode “enviar e receber mensagens via satélite”. Em um país de dimensões continentais como a China, e para nações com vastas áreas rurais, isso não é um luxo, mas uma ferramenta de segurança e integração.

A conclusão desta primeira fase é um marco na busca da China por soberania tecnológica. Em um mundo onde o acesso à informação e à conectividade pode ser usado como arma geopolítica, ter uma infraestrutura própria é uma questão de segurança nacional. O sistema, que já tem acordos com empresas de telecomunicações em mais de 20 países e realizou seu primeiro teste comercial internacional em Omã, oferece uma nova opção para o Sul Global e para qualquer nação que deseje diversificar sua dependência das redes americanas ou europeias.

A escala do projeto é monumental. A primeira fase já tem capacidade para atender “20 milhões de usuários em todo o mundo”, mas os planos são ainda mais ambiciosos: a Fase Dois prevê 264 satélites para conexão direta com smartphones, e a Fase Três, uma mega constelação de 5.676 satélites para banda larga global.

Para sustentar essa expansão, a China demonstrou sua força industrial. A Geespace construiu uma “gigafábrica de satélites inteligentes” na cidade de Taizhou, capaz de produzir uma espaçonave em apenas 28 dias, multiplicando a produção por dez e derrubando os custos. É o poder do planejamento e da integração industrial, apoiado pela pesquisa de ponta em um laboratório conjunto com a prestigiosa Universidade de Pequim.

O que a China concluiu esta semana não foi apenas a implantação de uma rede de satélites. Foi a construção de um novo pilar para a economia do século XXI, um sistema nervoso digital que conecta máquinas, veículos e pessoas, fortalecendo a indústria, aumentando a segurança e, acima de tudo, garantindo que o controle sobre essa infraestrutura crítica permaneça em suas próprias mãos.

Com informações de Xinhua*

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