A Dívida Bruta do Governo Geral — que abrange o governo federal, o INSS e os governos estaduais e municipais — permaneceu estática em 77,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no mês de agosto, segundo o relatório “Estatísticas Fiscais” publicado pelo Banco Central nesta terça-feira (30).
Em valores nominais, isso representa um montante de R$ 9,6 trilhões. A cifra não difere do patamar observado em julho, o que indica estabilidade momentânea nesse indicador, embora em nível historicamente elevado.
Alguns riscos precisam ser observados nesse cenário. Caso o crescimento econômico não acompanhe a evolução das contas públicas, a relação dívida/PIB pode aumentar, mesmo que a dívida nominal permaneça estável. Além disso, elevações na taxa de juros encarecem o serviço da dívida, ampliando as pressões sobre o orçamento. Diante desse quadro, pode se tornar imperativa a adoção de medidas de ajuste fiscal ou de reformas estruturais para conter o avanço do endividamento.
Outros países emergentes frequentemente lidam com relações entre dívida e PIB em níveis mais elevados, mas com margens de manobra maiores conforme credibilidade fiscal e dinâmica econômica. O desafio do Brasil é estabilizar e reduzir essa razão em meio a cenários incertos.
No próprio documento do Banco Central, há alertas quanto à necessidade de monitoramento contínuo e cautela com as variáveis macroeconômicas que podem alterar esse equilíbrio.
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