“Ali sob toneladas de escombros estão enterradas dezenas de milhares de mulheres e crianças inocentes. Ali também estão sepultados o direito internacional humanitário e o mito da superioridade ética do ocidente”
O discurso de Lula na ONU escancarou a tragédia em Gaza e atingiu em cheio o coração da narrativa hipócrita do Ocidente, que usa sua suposta herança democrática e humanista enquanto é cúmplice de massacres e coloca a paz mundial em risco. O principal culpado são os Estados Unidos, cujo objetivo parece ser continuar vendendo armas e petróleo, custe o que custar. E a Europa, incapaz de autonomia, vive um século de humilhação em que sua imagem moral se degrada cada vez mais aos olhos do mundo.
A cena foi a de um mundo que já não aceita mais o silêncio conveniente. O holocausto palestino, do qual a Europa é cúmplice, a degrada diante da maioria das nações. A submissão a Washington não apenas expõe sua impotência, como também dissolve qualquer pretensão de liderança ética. O continente que se gaba de ter inventado os direitos humanos é hoje lembrado como cúmplice da sua negação.
A cada massacre televisionado, a cada justificativa contraditória, a degradação da imagem europeia se aprofunda. Não se trata mais de neutralidade ou prudência, mas de cumplicidade aberta com a destruição de um povo. O holocausto palestino, transmitido em tempo real, arrasta junto a legitimidade de uma Europa que insiste em posar de referência moral.
As falas mais fortes não vieram das capitais tradicionais, mas do Sul Global. Gustavo Petro, presidente da Colômbia, resumiu o paradoxo: “os que falam em democracia sustentam ditaduras; os que falam em paz alimentam a guerra”. Foi a exposição nua da contradição de quem se apresenta como guardião de valores universais enquanto financia a barbárie.
Esse coro de indignação não parou na Colômbia. Erdoğan mostrou fotos de crianças mortas em Gaza e disse que a cada hora uma criança palestina é assassinada. Lavrov falou em castigo coletivo e acusou Israel de tentar um “golpe de Estado” contra as resoluções da ONU. O chanceler da Malásia, Muhammad Hassan, chamou o que ocorre de colonização moderna e genocídio. A convergência de tantas vozes vindas de diferentes continentes tornou evidente que já não se trata de uma divisão protocolar, mas de uma maioria global que desafia o silêncio e denuncia o imperialismo.
As intervenções também tocaram em outro ponto central: a tirania do veto no Conselho de Segurança. Lula lembrou que mais de 150 países apoiaram a Palestina como membro pleno da ONU, mas a vontade de todos foi bloqueada por um único veto dos Estados Unidos. Essa obstrução não apenas agrava o sofrimento palestino como expõe a falência da arquitetura criada em 1945. A defesa do fim do veto, repetida por diferentes líderes, mostra que a maioria do planeta não aceita mais viver sob regras impostas por uma minoria de potências.
Esse ambiente evidenciou que não se trata apenas de discursos inflamados, mas de um movimento que ultrapassa fronteiras regionais. Do Caribe ao Oriente Médio, da Ásia à América Latina, o recado foi claro: a ordem internacional não pode continuar servindo como instrumento de dominação. Cada voz acrescentava uma pedra ao edifício de uma nova maioria que desafia os alicerces do pós-guerra.
A voz de Mia Mottley, primeira-ministra de Barbados, ecoou como síntese do sentimento que se espalhava pela maioria dos países. Ao citar Tácito, disse: “eles saqueiam, eles massacram, eles roubam, eles fazem um deserto e chamam isso de paz”. Ligou a imagem do império romano ao presente, mostrando como Gaza e o Sudão vivem hoje a mesma lógica de destruição genocida, encoberta por discursos vazios de civilização. Sua intervenção lembrou que a paz não pode nascer de escombros, mas da justiça e do diálogo.
Ao mesmo tempo, líderes africanos lembraram que o colonialismo não é passado, mas presente. Denunciaram as guerras por recursos, os bloqueios financeiros e as sanções unilaterais que asfixiam economias inteiras. A mensagem foi clara: a pilhagem que antes se fazia com tropas agora se perpetua por meio de mecanismos financeiros e pela imposição de dependências estruturais. Esse fio condutor ligou Gaza à África, mostrando que a crítica não é a um conflito isolado, mas a um sistema inteiro de dominação.
Nesse cenário, o discurso brasileiro ganha peso porque não fala apenas em nome próprio. Lula articula uma posição que ecoa entre países do Sul Global: a defesa do multilateralismo como condição de sobrevivência coletiva. Ao denunciar o genocídio em Gaza e a hipocrisia ocidental, o Brasil se coloca como porta-voz de uma maioria que exige respeito às regras que os poderosos dizem defender, mas violam sempre que convém.
A convergência desse bloco se expressa também em propostas concretas. A defesa da solução de dois Estados para a Palestina foi repetida como caminho inevitável, e ao mesmo tempo surgiram vozes que pediram o fim das sanções unilaterais e a criação de mecanismos financeiros alternativos ao dólar. Essas pautas, diferentes em forma, revelam o mesmo fundo: romper com a arquitetura de poder que transforma direitos universais em privilégios de poucos.


Marco Paulo Valeriano de Brito
02/10/2025 - 13h45
ISRAEL SIONISTA DE HOJE NÃO TEM NADA HAVER COM AS DOZE TRIBOS SEMITAS ORIGINÁRIAS
Israel é uma praga bíblica secular, sobre a Babilônia, sobre o Egito, sobre o Oriente Médio, sobre a Palestina e sobre os próprios judeus anti-sionistas, como Jesus, que foi feito o Cristo judaico-romano.
A partir da unificação do reino de Israel, sobretudo, sobre os comandos de Davi, Salomão e Herodes foi se estabelecendo o dogma do ‘sionismo predestinado’; uma interpretação imperialista da Torá – Pentateuco, uma mística de que Israel é a nação do povo escolhido por “Deus”, e que todos os demais povos da Terra são gentios.
Milenarmente, o sionismo não se entende com seus vizinhos, quer tomar e colonizar toda a Palestina, se expandir pelo Oriente Médio, e não medem esforços para esse expansionismo imperialista.
Na Bíblia, se lê, que a aristocracia judaico-sionista estimulou vários genocídios, sendo os mais notórios, no Egito e na Palestina, que agora se repete, em escala industrial e diante das telas, das redes digitais e TVs, neste século XXI.
O tal “Deus” de Abraão, Isaac e Jacó é um tirano serial killer.
Foi um erro gravíssimo, as Nações Unidas, em 1947, terem criado o Estado de Israel sem criarem correlatamente o Estado Palestino.
Que a ONU se corrija, neste século XXI, o mais rápido possível, instituindo o Estado-Naçāo Palestino; e que o sionismo pague por seus crimes, de lesa-humanidade, a partir da decretação da Nakba (1948), que perdura até os dias atuais.
Marco Paulo Valeriano de Brito