A reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ainda não tem data nem formato definidos. Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a falta de indicação oficial por parte da Casa Branca dos representantes que conduzirão as negociações impede o avanço nas tratativas diplomáticas.
Diplomacia brasileira pronta, mas em compasso de espera
No Brasil, o Itamaraty e a assessoria internacional do Palácio do Planalto afirmam estar prontos para iniciar a organização do encontro. No entanto, sem um interlocutor designado por Washington, não é possível estabelecer data, local ou mesmo se a reunião será presencial ou virtual.
A expectativa era de que o secretário de Estado, Marco Rubio, assumisse a coordenação, mas sua postura crítica em relação a Lula e ao Supremo Tribunal Federal (STF) é vista como um obstáculo para que ele conduza as conversas.
Contatos recentes não destravam negociações
Após o aceno de Trump a Lula durante a Assembleia-Geral da ONU, o vice-presidente Geraldo Alckmin manteve uma reunião virtual com o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na quinta-feira (25). O encontro, no entanto, não teve o objetivo de avançar nas discussões sobre a reunião entre os dois presidentes.
De acordo com diplomatas envolvidos nas tratativas, mesmo com críticas persistentes de integrantes do governo norte-americano ao presidente brasileiro, esse clima não deve impedir um diálogo direto entre Lula e Trump no futuro.
Obstáculos internos na agenda de Trump
A indefinição sobre a reunião também é atribuída às dificuldades enfrentadas por Trump em seu governo. A atual paralisação orçamentária (“shutdown”) nos Estados Unidos paralisou parte dos serviços públicos e ampliou a lista de prioridades internas da Casa Branca. Além disso, o fim da guerra em Gaza demanda atenção especial da administração norte-americana, colocando o Brasil em segundo plano na agenda presidencial.
Com a diplomacia brasileira pronta para iniciar as negociações, a definição do interlocutor por parte dos Estados Unidos é o passo decisivo para que o primeiro encontro entre Lula e Trump seja confirmado.
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