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Lula e Trump negociam encontro presencial em país neutro para tentar destravar crise entre Brasil e EUA

O Brasil e os Estados Unidos estão em negociações para organizar um encontro presencial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump, em meio ao cenário de tensões recentes entre os dois países. Segundo informações da agência Bloomberg, a reunião deve ocorrer em um país neutro, com a cúpula […]

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O Brasil e os Estados Unidos estão em negociações para organizar um encontro presencial entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano, Donald Trump, em meio ao cenário de tensões recentes entre os dois países.

Segundo informações da agência Bloomberg, a reunião deve ocorrer em um país neutro, com a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), marcada para este mês na Malásia, despontando como principal opção.

O evento da ASEAN, que começa em 26 de outubro, é visto pelo governo brasileiro como uma oportunidade estratégica para um diálogo direto em território neutro. A Casa Branca confirmou que as conversas sobre o encontro estão em andamento, embora ainda não haja definição sobre o formato ou a data exata.

As relações bilaterais atravessam um momento de tensão desde que Trump impôs tarifas de 50% sobre diversos produtos brasileiros, medida adotada unilateralmente como forma de pressão. Além disso, o governo norte-americano sancionou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, em reação ao julgamento que resultou na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.

Apesar do impasse, um breve contato entre Lula e Trump nos bastidores da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no mês passado, abriu espaço para a retomada do diálogo. Na ocasião, Trump afirmou que ele e Lula tinham “boa química” e que ambos estavam dispostos a discutir as divergências de forma mais aprofundada em uma reunião formal.

A participação de Trump na cúpula da ASEAN ainda não foi confirmada oficialmente pela Casa Branca, mas a expectativa é que o presidente viaje à Malásia como parte de um giro pela Ásia, que incluirá também compromissos no Japão e na Coreia do Sul. Lula, por sua vez, planeja chegar a Kuala Lumpur após uma visita de Estado à Indonésia, parte de uma agenda voltada à expansão das relações comerciais com países do Sudeste Asiático.

Segundo integrantes do governo brasileiro, Lula considera o encontro com Trump uma das prioridades de sua agenda internacional. No entanto, a equipe do presidente busca garantir que a reunião produza resultados concretos e trabalha na elaboração de propostas e dados para apresentar ao governo norte-americano.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, confirmou que já manteve conversas com assessores de Trump sobre a possibilidade do encontro. “Pode ser uma ligação telefônica, uma videochamada, assim como um encontro em um momento específico em que ambos estejam presentes no mesmo evento internacional”, disse Vieira durante audiência no Congresso. O chanceler acrescentou que, por enquanto, não há planos para uma visita oficial de Trump ao Brasil nem de Lula a Washington.

A ASEAN surge como palco estratégico não apenas pelo caráter multilateral do evento, mas também por permitir que as duas maiores economias do hemisfério ocidental retomem o diálogo em um ambiente menos sujeito a pressões políticas internas. Caso se concretize, o encontro pode representar o início de uma reaproximação após meses de atritos diplomáticos e comerciais.

A tentativa de destravar as relações ocorre em um momento em que os dois governos lidam com prioridades internas complexas. Nos Estados Unidos, Trump enfrenta desafios políticos e econômicos domésticos, enquanto no Brasil o Planalto busca ampliar parcerias comerciais e diversificar mercados para além dos tradicionais parceiros ocidentais.

Para diplomatas envolvidos nas negociações, o diálogo direto entre Lula e Trump pode abrir caminho para avanços em questões estratégicas que vão desde o comércio bilateral até a cooperação em áreas como energia, meio ambiente e tecnologia. A sinalização positiva de ambos os lados durante a Assembleia Geral da ONU é interpretada como um indicativo de que há disposição para superar impasses recentes e redefinir a relação entre os dois países.

Mesmo com a incerteza sobre o formato final do encontro, a expectativa em Brasília é que as conversas ganhem ritmo nas próximas semanas e resultem em uma agenda definida até o início da cúpula da ASEAN. A reunião, caso confirmada, será a primeira entre Lula e Trump desde o retorno do brasileiro ao Palácio do Planalto e pode estabelecer um novo marco para as relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos.

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