As reservas internacionais brasileiras aumentaram US$ 30,4 bilhões nos primeiros mil dias do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de acordo com dados divulgados pelo Banco Central e publicados pelo jornal O Globo. O avanço representa uma alta de 9,38% em relação ao nível deixado pela gestão anterior.
Segundo os números mais recentes, o volume total de reservas atingiu US$ 355,151 bilhões em 25 de setembro, data que marcou os mil dias de mandato de Lula. No final do governo Jair Bolsonaro, esse montante era de US$ 324,7 bilhões. Quando Bolsonaro assumiu em 2019, o total estava em US$ 390,5 bilhões, mas caiu ao longo dos quatro anos seguintes.
Desempenho ao longo dos mandatos
Apesar do crescimento acumulado desde 2023, o governo atual precisou usar parte dessas reservas em alguns momentos. Em setembro de 2024, por exemplo, o volume guardado era US$ 45,5 bilhões maior que o saldo registrado em dezembro de 2022. Ainda assim, a tendência geral nos mil dias de Lula foi de recuperação.
O movimento é visto por analistas como reflexo de fatores externos e internos, incluindo a melhora das contas externas e o fluxo de investimentos estrangeiros. Além disso, o Banco Central tem utilizado a gestão das reservas para atuar em momentos de maior pressão cambial, garantindo estabilidade nos mercados.
Função estratégica das reservas internacionais
As reservas internacionais são um dos principais instrumentos de proteção da economia brasileira contra crises externas. Elas funcionam como um colchão de segurança para enfrentar turbulências cambiais, choques financeiros e mudanças bruscas no mercado global.
Especialistas afirmam que manter um nível elevado de reservas ajuda a reforçar a credibilidade do país perante investidores internacionais. Isso melhora a capacidade do Brasil de captar recursos no exterior e reduz o risco de instabilidade no câmbio em períodos de alta volatilidade.
Segundo economistas, o aumento das reservas também contribui para manter a confiança de agências de classificação de risco e pode ajudar a reduzir o custo de captação de empresas e do próprio governo no mercado global.
Impactos na política econômica
O crescimento observado desde o início do governo Lula ocorre em um momento de retomada de debates sobre política fiscal, investimentos e equilíbrio das contas públicas. Para analistas de mercado, ter reservas mais robustas dá maior margem de manobra ao país em caso de crises internacionais, como variações fortes nos juros globais ou choques de commodities.
No entanto, economistas também alertam que o uso das reservas precisa ser feito com cautela. Apesar do volume elevado, vender dólares para segurar a cotação pode reduzir a proteção em momentos críticos, além de sinalizar fragilidade se for feito de forma recorrente.
Números comparativos
| Período do governo | Reservas internacionais (US$ bilhões) |
|---|---|
| Início de 2019 (Bolsonaro) | 390,5 |
| Fim de 2022 (Bolsonaro) | 324,7 |
| Mil dias de Lula (set/2025) | 355,151 |
A variação demonstra que o saldo, apesar de não ter retornado ao nível de 2019, mostra tendência de crescimento desde o início de 2023.
Perspectivas para os próximos anos
O cenário global continuará sendo determinante para a trajetória das reservas brasileiras. A alta dos juros nos Estados Unidos e a desaceleração da China são fatores que podem influenciar a entrada de dólares no país.
No entanto, especialistas avaliam que, se o Brasil mantiver fluxo positivo na balança comercial e atrair investimentos externos, será possível sustentar o nível atual ou até aumentar o estoque de reservas nos próximos anos. A estabilidade política e a confiança dos mercados também serão variáveis importantes.
Além disso, o governo Lula tem buscado reforçar a imagem do Brasil como destino seguro para investimentos, especialmente em energia renovável, mineração estratégica e infraestrutura. Caso essas iniciativas avancem, podem contribuir para um fluxo maior de dólares e fortalecer ainda mais as reservas.