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Ùltima flotilha humanitária rumo a Gaza é interceptada por Israel; detenção de ativistas gera reação internacional

A organização Global Sumud confirmou nesta sexta-feira (3) que o último barco de sua flotilha rumo à Faixa de Gaza foi interceptado pela Marinha de Israel. A embarcação, chamada Marinette, navegava já sob expectativa de ser abordada pelas forças israelenses e teve sua trajetória interrompida. Segundo a agência AFP, em reportagem publicada por O Globo, […]

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gazafreedomflotilla/Instagram

A organização Global Sumud confirmou nesta sexta-feira (3) que o último barco de sua flotilha rumo à Faixa de Gaza foi interceptado pela Marinha de Israel. A embarcação, chamada Marinette, navegava já sob expectativa de ser abordada pelas forças israelenses e teve sua trajetória interrompida.

Segundo a agência AFP, em reportagem publicada por O Globo, o grupo de ativistas anunciou no Telegram que o navio foi parado às 10h29 no horário local (07h29 GMT), a aproximadamente 42,5 milhas náuticas de Gaza. No comunicado, a organização afirmou que Israel “interceptou ilegalmente as 42 embarcações, cada uma carregando ajuda humanitária, voluntários e a determinação de romper o cerco ilegal imposto a Gaza”.


Missão internacional de solidariedade

O movimento Global Sumud, cujo nome significa “resiliência” em árabe, zarpou de Barcelona no fim de agosto com cerca de 45 barcos e centenas de ativistas de mais de 45 países. Entre os participantes estavam latino-americanos — incluindo brasileiros —, europeus e asiáticos.
O objetivo declarado era “abrir um corredor humanitário e pôr fim ao genocídio em curso contra o povo palestino”, conforme os organizadores.

A ONU tem alertado para o cenário de fome generalizada na Faixa de Gaza após quase um ano de ofensiva israelense.


Detenções e deportações

Entre quarta (2) e quinta-feira (3), antes da interceptação do último barco, Israel já havia detido mais de 400 ativistas que estavam a bordo de 41 embarcações. As autoridades israelenses afirmaram que todos foram transferidos “com segurança ao porto de Ashdod para serem entregues à polícia”.

Entre os detidos estão nomes de destaque, como a ativista sueca Greta Thunberg e a ex-prefeita de Barcelona, Ada Colau. O governo de Israel informou que todos os estrangeiros serão deportados para a Europa, sem detalhar os destinos específicos.

Após a operação, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu elogiou a Marinha:

“Parabenizo os soldados e comandantes que cumpriram sua missão em Yom Kippur da forma mais profissional e eficiente.”

Em contraponto, o Hamas classificou a ação como “crime de pirataria” e “terrorismo marítimo”, enquanto a Anistia Internacional denunciou o episódio como um “ato de intimidação” contra a sociedade civil.


Repercussão internacional

A resposta global foi imediata. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, determinou a expulsão da delegação diplomática de Israel em Bogotá após a prisão de duas cidadãs colombianas. No México, a presidente Claudia Sheinbaum exigiu a repatriação imediata de seis cidadãos mexicanos.

O Itamaraty confirmou a presença de 15 brasileiros na flotilha, entre eles a deputada Luizianne Lins (PT-CE), e declarou que “a segurança das pessoas detidas passa a ser responsabilidade de Israel”.

A Espanha, com cerca de 65 cidadãos envolvidos, convocou a encarregada de negócios de Israel em Madri e abriu uma investigação sobre possíveis crimes contra a humanidade.

Na Turquia, o governo classificou a ação como “ato de terrorismo” e anunciou abertura de inquérito após a prisão de 24 cidadãos turcos.
Em diversas cidades da Europa e da América Latina, manifestantes realizaram protestos em solidariedade aos ativistas e contra a interceptação da flotilha.


Contexto e tensões crescentes

A operação ocorre em um momento de forte pressão internacional sobre Israel devido à crise humanitária em Gaza. Organizações de direitos humanos alertam para bloqueios severos à entrada de ajuda humanitária, que afetam milhões de pessoas.

Segundo analistas, o episódio pode intensificar atritos diplomáticos de Israel com governos europeus e latino-americanos, além de reacender debates sobre a legalidade do bloqueio marítimo imposto à Faixa de Gaza.


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