Tarcísio ironiza casos de intoxicação por metanol: “No dia em que falsificarem Coca-Cola, eu me preocupo”

Foto: Mônica Andrade/Governo do Estado de SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), minimizou em tom de ironia os casos de intoxicação por metanol no estado, afirmando que só se preocupará “no dia em que começarem a falsificar Coca-Cola”. A declaração foi feita durante coletiva de imprensa nesta segunda-feira (6), após reunião com representantes da indústria de bebidas no Palácio dos Bandeirantes.

Segundo Tarcísio, o encontro contou com os principais fabricantes do país, que manifestaram disposição em colaborar com as investigações conduzidas pela Polícia Civil. O governador ressaltou que as empresas também são prejudicadas pelas falsificações, pois enfrentam “uma crise de confiança” entre os consumidores.

As intoxicações por metanol vêm preocupando as autoridades sanitárias. O estado de São Paulo concentra 15 casos confirmados e 164 em análise, mais de 80% do total registrado no país, segundo o Ministério da Saúde. Três pessoas já morreram no estado em decorrência do consumo de bebidas adulteradas.

O metanol é um álcool de uso industrial altamente tóxico quando ingerido. A substância pode causar cegueira, insuficiência respiratória, falência renal e até morte. Perícias da Polícia Técnico-Científica confirmaram a presença do composto em amostras recolhidas de duas distribuidoras.

As investigações consideram duas hipóteses principais: o uso do metanol na limpeza de garrafas reutilizadas ou sua adição acidental para aumentar o volume de bebidas falsificadas. Tarcísio afirmou ainda que pedirá à Justiça a destruição de garrafas e rótulos apreendidos durante as operações, que já recolheram mais de 7 mil unidades suspeitas.

O governador e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, negaram envolvimento de facções criminosas, afirmando que o comércio ilegal de bebidas falsificadas é de baixo retorno financeiro em comparação com o tráfico de drogas.

Os casos de intoxicação estão associados, principalmente, a bebidas destiladas como vodca e gin. Especialistas alertam que cervejas, vinhos e chopes apresentam menor risco, especialmente quando envasados em latas, que são mais difíceis de adulterar.

Lucas Allabi: Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab
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