O ministro do Esporte, André Fufuca (PP-MA), foi afastado do Progressistas (PP) nesta quarta-feira (8), por decisão da cúpula nacional do partido. O anúncio foi feito pelo presidente da legenda, Ciro Nogueira, após o ministro ignorar a orientação partidária que determinava a saída de integrantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na mesma linha de resistência, o ministro do Turismo, Celso Sabino (União Brasil), confirmou que continuará no cargo até 2026, também desobedecendo à ordem da direção do seu partido para deixar o governo.
Em nota oficial, o Progressistas afirmou que Fufuca está afastado de todas as decisões partidárias e da vice-presidência nacional da legenda. O texto também anunciou uma intervenção no diretório estadual do Maranhão, retirando o ministro do comando da sigla no estado.
“Diante da decisão de desobedecer à orientação da Executiva Nacional do partido e permanecer no Ministério do Esporte, o ministro André Fufuca fica, a partir de agora, afastado de todas as decisões partidárias, bem como da vice-presidência nacional do partido”, diz o comunicado.
“O partido reitera o posicionamento de que não faz e não fará parte do atual governo, com o qual não nutre qualquer identificação ideológica ou programática”, completou a direção.
A decisão foi tomada dois dias depois de Fufuca participar de um evento ao lado de Lula no Maranhão, onde declarou publicamente seu apoio ao presidente.
Fufuca está à frente do Ministério do Esporte desde setembro de 2023, quando substituiu Ana Moser. A crise no partido começou no início de setembro, quando a federação formada por PP e União Brasil determinou que seus filiados deveriam deixar cargos no governo federal, fazendo parte de uma estratégia de reposicionamento político de olho nas eleições de 2026.
A decisão também foi influenciada pelo mal-estar gerado após críticas de Lula ao presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, durante uma reunião ministerial. Ele teve seu nome ligado ao Primeiro Comando da Capital (PCC) em uma série de reportagens publicadas pela imprensa, e tem sido pressionado internamente a romper de vez com o Planalto.