A aguardada conversa entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, nesta quinta-feira (9), frustrou a expectativa de grupos bolsonaristas que esperavam uma manifestação crítica do novo chefe da diplomacia americana ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O telefonema teve tom diplomático e tratou exclusivamente de temas econômicos e comerciais, conforme indicaram comunicados oficiais de ambos os países.
Em nota, o Departamento de Estado descreveu a conversa como “positiva”, destacando que Rubio e Vieira “coordenaram os próximos passos após o diálogo de segunda-feira entre os presidentes Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva”. O texto também informou que ambos concordaram em se reunir “em breve” e estabelecer “um mecanismo bilateral para promover interesses econômicos mútuos e prioridades regionais importantes”.
Do lado brasileiro, o Itamaraty confirmou que o contato foi cordial e que os chanceleres acertaram uma reunião em Washington, ainda sem data definida. O ministério informou que o encontro servirá para “dar seguimento às questões econômico-comerciais” definidas pelos dois presidentes e reafirmou o convite de Rubio para que Vieira integre pessoalmente a delegação brasileira.
Nas redes sociais, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro reagiram com decepção à ausência de críticas ou referências políticas na declaração do secretário de Estado. Muitos esperavam que Rubio, aliado republicano e figura próxima à direita latino-americana, fizesse algum gesto simbólico de alinhamento ideológico com o ex-presidente brasileiro ou, ao menos, marcasse distância de Lula. Em vez disso, o comunicado reforçou a continuidade do diálogo entre os governos Trump e Lula — algo visto como técnico e não ideológico.