O ministro das Cidades, Jader Barbalho Filho, afirmou nesta quinta-feira (9), em São Paulo, que a nova política habitacional do governo federal — que será anunciada nesta sexta-feira (10) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva — deve permitir que a Caixa Econômica Federal financie 80 mil novas moradias até 2026.
Segundo o governo, a medida faz parte de uma reforma estrutural no uso da poupança para impulsionar o crédito imobiliário, modernizando as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). O objetivo é tornar o uso da poupança mais eficiente e ampliar o acesso ao financiamento da casa própria.
“A previsão é que só a Caixa Econômica Federal possa ter mais 80 mil novos financiamentos até 2026. Vamos começar isso imediatamente, agora. Então, só na Caixa estão previstos mais 80 mil novas habitações financiadas”, disse o ministro, durante o evento Incorpora 2025, que reuniu autoridades, executivos do setor e representantes de instituições financeiras.
Jader Barbalho Filho evitou antecipar detalhes sobre o modelo de crédito “para não furar o anúncio” de Lula, mas afirmou que o novo programa foi desenvolvido em parceria com a Caixa, o Ministério da Fazenda e o Banco Central. Ele destacou que a proposta tem foco especial nas famílias de classe média, com renda entre R$ 12 mil e R$ 20 mil, que hoje enfrentam dificuldade para acessar financiamentos.
“Nós temos em boa parte da nossa sociedade famílias que ganham mais ou menos entre R$ 12 mil e até R$ 20 mil e que estão hoje numa situação de não ter nenhuma fonte de financiamento ou apenas fontes de financiamento que nós temos hoje. Nós queremos ampliar isso”, afirmou o ministro.
Em entrevista posterior, ele reforçou a importância de atender essa faixa de renda:
“Aquelas famílias que vão de R$ 12 mil a R$ 20 mil estavam desatendidas. E isso, obviamente, nos incomodava profundamente. Antes da criação do programa Minha Casa, Minha Vida da classe média, esse problema ainda era maior porque as famílias acima de R$ 9,6 mil não eram atendidas. O que buscamos com essas alterações que vão ser anunciadas pelo presidente Lula é dar mais financiamento, mais recursos para que as famílias todas que queiram realizar o sonho da casa própria – e não só as das classes mais baixas – que se elas forem a uma instituição bancária, encontrem uma alternativa e um financiamento que caiba no seu bolso.”
O presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), Luiz França, avaliou que o novo modelo deve impulsionar o mercado imobiliário, especialmente em um momento de queda nos depósitos da poupança.
“Não dá para ter uma expectativa em número de valores, mas o que o governo federal, junto com o Banco Central, está fazendo é uma fórmula muito inteligente de poder trazer mais recursos para o mercado, no momento em que todos estão vendo que há uma redução dos volumes da carteira de poupança. Então, isso vai fazer com que venha mais volume para o mercado. E vindo mais volume, naturalmente as pessoas vão ter acesso ao financiamento, e isso é o que nós precisamos para que tenham capacidade de adquirir seus imóveis. Então, isso vai em direção ao que é necessário para o mercado”, disse França.
A nova política será detalhada nesta sexta-feira, em cerimônia com o presidente Lula em São Paulo, e é considerada uma das principais apostas do governo para estimular o crédito e a construção civil nos próximos dois anos.
Fonte: Agência Brasil


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