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Quase 80% dos eleitores de centro rejeitam Bolsonaro

Lula tem 42% de potencial entre os eleitores independentes ou de centro, contra 19% de Bolsonaro. O potencial de voto mede os eleitores que dizem conhecer o candidato e estariam dispostos a votar nele. Na rejeição, o ex-presidente enfrenta 77% de resistência entre os independentes, enquanto Lula tem 54%. A rejeição mede aqueles que igualmente […]

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09.10.2025 – Cerimônia de inauguração da fábrica da BYD Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de inauguração da fábrica da BYD. Polo Petroquímico, Camaçari - BA. Foto: Ricardo Stuckert / PR

Lula tem 42% de potencial entre os eleitores independentes ou de centro, contra 19% de Bolsonaro. O potencial de voto mede os eleitores que dizem conhecer o candidato e estariam dispostos a votar nele.

Na rejeição, o ex-presidente enfrenta 77% de resistência entre os independentes, enquanto Lula tem 54%. A rejeição mede aqueles que igualmente dizem conhecer o candidato e não votariam nele de jeito nenhum.

Os números da pesquisa Quaest divulgada hoje mostram que o presidente Lula consolidou uma posição bem expressiva junto ao centro do eleitorado, justamente o segmento que será determinante para a vitória de qualquer um dos lados nas eleições de 2026.

A Quaest divide o eleitorado brasileiro em três grandes grupos: esquerda e direita, com 35% cada, e independentes, com 29%. É claro que uma divisão como essa nunca é totalmente precisa. Há muita gente que se autoidentifica como independente, mas tem uma inclinação mais à esquerda, enquanto outros têm posição mais conservadora.

De qualquer forma, a pesquisa mostra que os eleitores mais polarizados, que não veem problema em classificar a si mesmos, têm uma opinião extremamente sólida. O CEO da Quaest, Felipe Nunes, descreve isso em seu livro “Biografia do Abismo” como “calcificada”. Aqueles que se identificam como esquerda votam em Lula e rejeitam Bolsonaro. E os que se classificam como direita votam em Bolsonaro ou algum candidato indicado por ele e rejeitam de maneira quase absoluta o voto em Lula.

Considerando que o Brasil tem 156 milhões de eleitores, segundo o TSE, esse público de centro corresponde a aproximadamente 45 milhões de votantes. Eles serão um fator crucial para a construção da vitória de qualquer um dos lados em 2026.

A desaprovação a Tarcísio permanece relativamente baixa, mas isso ocorre porque ele ainda não possui o mesmo grau de conhecimento nacional. É muito provável que, conforme o eleitor brasileiro entenda que Tarcísio representa o candidato de Bolsonaro, a maior parte da resistência ao ex-presidente se transmita para o governador paulista. Já a rejeição a Lula, como ele já possui reconhecimento universal, está consolidada e não deve mudar muito.

Outro elemento interessante diz respeito à situação de Ciro Gomes. O ex-governador do Ceará tem um certo recall por ter participado de várias eleições nacionais como candidato. Mas o que chama atenção é a sua rejeição entre o agrupamento da direita: 71% entre a direita não bolsonarista e 84% entre os bolsonaristas o recusam.

Os únicos grupos onde a situação de Ciro mostra um possível crescimento estão entre eleitores de esquerda, tanto lulistas quanto esquerda não lulista, onde a resistência a ele é menor e tem maior aceitação. Mas esse campo já está totalmente consolidado por Lula.

Desde 2022, Ciro Gomes tem apostado em obter o voto bolsonarista. Sua atuação nas eleições de Fortaleza e toda a sua movimentação hoje mostram isso, sempre muito próximo ao bolsonarismo no Ceará. Mas até agora isso não está aparecendo nos levantamentos. Pelo contrário, a desaprovação ao ex-governador no campo da direita permanece altíssima.

Outro ponto para avaliar a solidez das intenções de voto dos candidatos está na pesquisa espontânea. O voto espontâneo ajuda a distinguir entre um voto de recall — que pode se desmanchar com facilidade ao longo de uma campanha — e um voto já consolidado. Por isso, é sempre importante dar muita atenção a esse indicador.

Nela, apenas Lula lidera com vantagem absoluta: 19% dos eleitores declaram espontaneamente que votariam no petista, o que corresponde a aproximadamente 29,6 milhões de votantes. Bolsonaro aparece com apenas 6%, cerca de 9,4 milhões. Essa diferença revela que o voto em Lula está mais consolidado, com menor propensão a se desfazer.

Nas simulações de primeiro turno, Lula aparece com 39% no cenário 3, contra 18% de Tarcísio e 12% de Ciro Gomes. Em cenário sem Tarcísio, Lula tem 36%, Michelle Bolsonaro 21% e Ratinho Jr. 10%. A tendência mostra que o presidente vem ampliando sua dianteira sobre os adversários.

No segundo turno, o presidente venceria Bolsonaro por 46% a 36%, Tarcísio por 45% a 33%, e Ciro Gomes por 41% a 32%. Destaca-se que contra Tarcísio, considerado o principal nome da oposição, a diferença chegou a 12 pontos percentuais e vem crescendo nas últimas pesquisas.

Os números revelam um cenário favorável ao presidente. Lula lidera em todos os cenários testados e, mais importante, consolidou uma posição estratégica decisiva ao conquistar o centro do eleitorado brasileiro, justamente o grupo que definirá as eleições de 2026.

Leia aqui a íntegra do relatório.

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Miguel do Rosário

Miguel do Rosário é jornalista e editor do blog O Cafezinho. Nasceu em 1975, no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha até hoje.

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