O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta segunda-feira (13) que “a desnutrição tem sido cruelmente usada como arma de guerra” na Palestina. A afirmação foi feita em Roma, durante o encerramento da segunda reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Ao citar os projetos conduzidos pela Aliança Global, Lula mencionou ações voltadas a regiões em conflito e disse que nove iniciativas-piloto já estão prontas. “Na Palestina, onde a desnutrição tem sido cruelmente usada como arma de guerra, vamos apoiar programas de atenção especial voltados às mulheres e crianças”, afirmou.
Durante o discurso, o presidente destacou o recente retorno do Brasil ao Mapa da Fome e defendeu que governos priorizem os mais vulneráveis em seus orçamentos. “É hora de colocar os pobres no orçamento. A inclusão social não pode ser apenas uma promessa — ela precisa estar refletida na arquitetura fiscal, nos investimentos públicos e nos planos de transformação produtiva”, disse Lula.
Ele também fez um apelo a bancos multilaterais e países doadores, pedindo que os recursos internacionais sejam direcionados a “enfrentar os desafios reais da humanidade”. O evento na capital italiana ocorre no mesmo período em que Israel e o Hamas iniciaram a execução de um acordo de cessar-fogo.
O presidente brasileiro não comentou a libertação dos reféns israelenses nem o pacto firmado entre o governo de Israel e o grupo palestino. Na madrugada desta segunda-feira (13), os 20 reféns vivos que permaneciam sob poder do Hamas foram libertados, em cumprimento ao acordo de paz anunciado na última quarta-feira (8).
O plano prevê a libertação de todos os reféns e a devolução dos corpos das vítimas mortas durante o conflito iniciado em outubro de 2023. Em contrapartida, Israel iniciou a soltura de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, incluindo 250 condenados à prisão perpétua. Os detidos foram transferidos em ônibus da Cruz Vermelha para Gaza, a Cisjordânia e outros destinos.
Ao encerrar seu pronunciamento, Lula reiterou a necessidade de cooperação internacional para o combate à fome e à pobreza e disse que a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza representa um esforço coletivo para garantir dignidade a populações vulneráveis.