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Lula defende na FAO que 12% dos gastos com armas seriam suficientes para acabar com a fome no mundo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13) que 12% dos recursos gastos anualmente com armamentos bastariam para eliminar a fome global. O discurso foi feito em Roma, durante a cerimônia de 80 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entidade criada antes mesmo da fundação […]

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Lula e o chinês Qu Dongyu, diretor geral da FAO, em Roma. Foto: Ricardo Stuckert / PR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (13) que 12% dos recursos gastos anualmente com armamentos bastariam para eliminar a fome global. O discurso foi feito em Roma, durante a cerimônia de 80 anos da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entidade criada antes mesmo da fundação da ONU.

Ao longo de sua fala, Lula relacionou o combate à fome à busca por paz e desenvolvimento sustentável. “A fome é irmã da guerra, seja ela travada com armas e bombas ou com tarifas e subsídios”, disse o presidente, citando que conflitos e políticas protecionistas ampliam a desigualdade e dificultam o acesso a alimentos.

O presidente também ressaltou que “com base em dados do Programa Mundial de Alimentos, é possível estimar que garantir três refeições diárias às pessoas em situação de insegurança alimentar custaria cerca de 315 bilhões de dólares”, valor equivalente a 12% do total investido mundialmente em armamentos. “Estabelecendo um imposto global de 2% sobre os ativos de super-ricos, obteríamos esse montante”, completou.

Lula destacou que o avanço tecnológico já permite a produção de comida suficiente para alimentar uma vez e meia a população mundial, mas que a distribuição desigual continua a impedir o acesso à alimentação adequada. Para ele, a fome permanece como símbolo das desigualdades sociais que dividem ricos e pobres, homens e mulheres, e países desenvolvidos e em desenvolvimento.

Durante o discurso, o presidente lembrou a contribuição histórica do Brasil à FAO, citando o legado do professor José Graziano da Silva, ex-diretor-geral da entidade, e o papel do programa Fome Zero como inspiração para o segundo Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Lula afirmou que o Brasil voltou a sair do Mapa da Fome em 2024 e que a menor proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar grave desde 2004 foi registrada no país. “Um país soberano é um país capaz de alimentar seu povo. A fome é inimiga da democracia e do pleno exercício da cidadania”, disse.

O presidente reforçou que erradicar a fome é uma decisão política e defendeu reformas na estrutura financeira internacional. “Não basta produzir. É preciso distribuir”, afirmou. Ele também destacou a necessidade de ampliar o financiamento ao desenvolvimento e aliviar a dívida dos países mais pobres.

Lula relacionou ainda as mudanças climáticas ao agravamento da fome e propôs uma “revolução mais verde e mais inclusiva”. Segundo ele, “um planeta mais quente será um planeta com mais fome”. O presidente anunciou que o Brasil pretende lançar, durante a COP30, o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, com o objetivo de remunerar tanto quem investe quanto quem preserva as florestas. “A FAO será uma parceira incontornável na construção de um futuro sustentável”, declarou.

Encerrando o discurso, Lula citou a escritora Carolina de Jesus: “A escravatura do mundo atual se chama fome”. Para ele, a missão das nações deve ser “concretizar a promessa inscrita na Constituição da FAO e livrar, enfim, a humanidade desse mal”.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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