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Governo reage após derrota da MP do IOF e mira cargos do Centrão

Após a derrota da Medida Provisória do IOF, o governo Lula iniciou uma ofensiva direta contra o Centrão, interpretando a rejeição da proposta como um gesto de insubordinação de parte da base aliada. A MP, que previa mecanismos de compensação de receitas e movimentava cerca de R$ 17 bilhões, perdeu validade no dia 8 de […]

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Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Após a derrota da Medida Provisória do IOF, o governo Lula iniciou uma ofensiva direta contra o Centrão, interpretando a rejeição da proposta como um gesto de insubordinação de parte da base aliada. A MP, que previa mecanismos de compensação de receitas e movimentava cerca de R$ 17 bilhões, perdeu validade no dia 8 de outubro depois de ser retirada de pauta na Câmara dos Deputados. Apesar de algumas medidas já terem sido parcialmente recuadas em decretos anteriores, o episódio expôs as fragilidades da articulação política do Planalto e a falta de fidelidade de partidos que compõem a coalizão governista.

O presidente Lula determinou uma revisão ampla de cargos ocupados por indicados de partidos do Centrão, especialmente aqueles cujos parlamentares votaram contra ou se ausentaram da votação da MP. A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), foram encarregados de coordenar a retaliação política. “Vamos meter a faca nos cargos de quem traiu o governo”, teria dito Guimarães, segundo relatos de bastidores.

As exonerações começaram por órgãos estratégicos. A Caixa Econômica Federal é o principal alvo: das 12 vice-presidências, 11 estão sob revisão. A presidência do banco, comandada por Carlos Vieira — indicação atribuída ao deputado Arthur Lira (PP-AL) —, deve ser mantida por enquanto. Outras pastas também entram na linha de corte, como o Ministério da Agricultura, o DNIT e superintendências regionais ligadas ao MDB e ao PSD. O Planalto pretende cruzar os registros de votação da Câmara com a lista de nomeações feitas nos últimos dois anos, de modo a identificar os “infiéis” e substituí-los.

A decisão, segundo interlocutores do governo, foi amadurecida após a constatação de que a dependência de apoios meramente formais compromete a governabilidade. Lula, que está fora do país, teria dado sinal verde para “reorganizar a base com quem quer, de fato, estar junto”. Para setores do PT, a derrota da MP foi um marco: mostrou que parte do Centrão tenta preservar espaço no Executivo enquanto age em sintonia com a oposição em votações estratégicas.

Nos bastidores do Congresso, a reação foi imediata. Deputados de partidos do Centrão criticaram o tom da ofensiva e alertaram que uma “caça às bruxas” pode paralisar votações futuras. Aliados mais próximos do Planalto, porém, avaliam que o endurecimento é necessário para restabelecer autoridade política.

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Lucas Allabi

Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab

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