O ex-governador do Ceará Ciro Gomes entregou nesta sexta-feira (17) ao presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, sua carta de desfiliação do partido. A decisão, divulgada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo g1, encerra uma trajetória de mais de 20 anos de Ciro na legenda.
O motivo central do rompimento é a aproximação do PDT cearense com o governo de Elmano de Freitas (PT), alvo de críticas recorrentes de Ciro desde 2022. Segundo aliados, a permanência dele na sigla havia se tornado “insustentável”, diante das divergências com a direção estadual.
Ciro, que disputou quatro vezes a Presidência da República, deve anunciar na próxima semana qual será seu novo rumo político.
“A notícia de sua saída preocupa e entristece. Poderia recorrer à velha frase: ‘ninguém é maior do que o partido’. É verdade. Mas também é verdade que Ciro é parte da história, da consciência do presente e do sonho de um futuro trabalhista”, afirmou Antonio Neto, vice-presidente do PDT para assuntos parlamentares e presidente do diretório paulista.
A ruptura consolida um afastamento que vinha se desenhando desde a eleição de 2022, quando Ciro rompeu com o PT no Ceará — encerrando uma aliança histórica — e lançou Roberto Cláudio como candidato do PDT ao governo estadual, em oposição a Elmano de Freitas.
Nos últimos meses, Ciro vinha articulando uma postura de oposição à gestão petista e chegou a receber elogios de parlamentares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado André Fernandes (PL-CE), que o chamou de “inteligente e corajoso”.