O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta sexta-feira (17) a mobilização de tropas e de civis diante do avanço de embarcações militares dos Estados Unidos no Caribe. A medida, segundo o governo venezuelano, é uma resposta direta às ações norte-americanas consideradas “provocações” e “ameaças à soberania nacional”.
Em pronunciamento transmitido pela televisão estatal, Maduro afirmou: “Colocamos nas mãos do povo, nas mãos do povo, porque o povo é quem vai ser chamado a rechaçar qualquer agressão.” O líder venezuelano acusou o governo de Donald Trump de “avançar no Caribe com suas embarcações”, o que classificou como uma tentativa de intimidação. “Eles acreditam que podem ameaçar a Venezuela, mas aqui há um povo disposto a defender sua pátria até as últimas consequências”, declarou.
De acordo com autoridades militares venezuelanas, unidades das Forças Armadas foram deslocadas para o litoral norte do país e permanecem em estado de alerta. O Ministério da Defesa informou que radares e sistemas de vigilância estão monitorando “a presença de embarcações estrangeiras em águas internacionais próximas à zona econômica exclusiva da Venezuela”.
O governo dos Estados Unidos, por sua vez, afirmou que suas operações no Caribe têm como objetivo combater o narcotráfico e desmantelar redes de contrabando. No entanto, Caracas denuncia que as ações fazem parte de uma escalada militar para desestabilizar o regime venezuelano e enfraquecer o poder de Maduro.
A tensão se intensificou após o jornal The New York Times revelar que Donald Trump autorizou “operações secretas e letais” da CIA na Venezuela, supostamente voltadas contra o governo chavista. Washington acusa Maduro de liderar o chamado “Cartel de los Soles”, grupo que os EUA classificaram recentemente como organização terrorista.
Em resposta, Maduro disse que “nenhuma ameaça estrangeira impedirá o povo venezuelano de lutar pela sua independência”. O presidente também exaltou o papel das milícias populares, que têm sido treinadas pelo governo para atuar em caso de conflito armado. “Este país pertence ao povo. É o povo que defende, é o povo que protege, e é o povo que vencerá”, afirmou.
Enquanto isso, a comunidade internacional acompanha com preocupação a escalada de hostilidades. A Organização das Nações Unidas (ONU) e países aliados da América Latina pediram contenção e diálogo. Até o momento, nem a Venezuela nem os Estados Unidos deram sinais de recuar.