Putin e Trump devem se reunir na Hungria em duas semanas

Foto: Reuters / Kevin Lamarque

O Kremlin afirmou nesta sexta-feira (17) que o encontro entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump, anunciado pelo líder americano na véspera, pode ocorrer dentro de “duas semanas”. A reunião deve acontecer em Budapeste, na Hungria, mas o governo russo ressaltou que “há muito a ser definido” antes da confirmação da data.

Entre os impasses, está a rota que Putin deve seguir para chegar ao local, devido ao mandado de prisão internacional emitido pelo Tribunal de Haia, que o impede de sobrevoar o espaço aéreo de países signatários da Corte. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou a localização do encontro, mas disse que ainda é preciso definir como o presidente russo chegará até lá.

O anúncio da nova cúpula ocorreu um dia antes da reunião de Trump com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca. Segundo Peskov, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, se reunirão para acertar os detalhes prévios à cúpula.

Trump afirmou em sua rede Truth Social que teve uma “conversa muito produtiva” com Putin na quinta-feira (16), dois meses após o último encontro entre ambos, no Alasca. “O presidente parabenizou a mim e aos Estados Unidos pela grande conquista da paz no Oriente Médio (…) Também passamos bastante tempo conversando sobre o comércio entre a Rússia e os Estados Unidos após o fim da guerra com a Ucrânia. (…) Acredito que a conversa telefônica de hoje tenha sido um grande progresso”, escreveu.

Kirill Dmitriev, enviado especial de Putin, também avaliou a ligação como “produtiva e positiva, e [que] definiu os próximos passos das negociações claramente”.

Segundo um porta-voz da Casa Branca, a conversa entre os dois líderes durou mais de duas horas. Trump mantém a expectativa de reunir Putin e Zelensky em uma mesma mesa para discutir a paz na Ucrânia — promessa central de sua campanha em 2024.

Zelensky, por sua vez, voltou a pressionar Washington pela venda de mísseis Tomahawk a Kiev, o que permitiria atacar alvos mais distantes em território russo. Ele argumenta que tal reforço militar poderia levar Putin a levar mais a sério os apelos de Trump por negociações diretas.

Apesar das declarações otimistas, o Kremlin mantém cautela e destaca que as circunstâncias políticas e logísticas ainda representam obstáculos significativos para a realização do encontro.

Lucas Allabi: Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab
Related Post

Privacidade e cookies: Este site utiliza cookies. Ao continuar a usar este site, você concorda com seu uso.