O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou que a Polícia Federal realize buscas na 13ª Vara Federal de Curitiba, local em que Sergio Moro atuou como juiz. A decisão atende a pedidos ligados a uma denúncia feita pelo ex-deputado estadual Tony Garcia contra Moro.
Tony Garcia afirma que foi coagido a produzir gravações ilegais durante o caso Banestado em 2004, sob comando de Moro, e que investigações secretas teriam sido realizadas contra autoridades com foro privilegiado. Sergio Moro nega todas as acusações.
Ao deferir a medida, Toffoli determinou que sejam feitas diligências na vara, com exame de processos, documentos, mídias, objetos e demais elementos relacionados às investigações. “Defiro sejam empreendidas pela autoridade policial as diligências propugnadas, visando autorizar o exame in loco dos processos ali relacionados, documentos, mídias, objetos e afins relacionados às investigações”, escreveu o ministro.
A decisão também mantém a investigação sobre o caso sob responsabilidade do STF, rejeitando o pedido de Moro de que os fatos fossem remetidos para instâncias inferiores, uma vez que foram praticados antes do início de seu mandato como senador.
Os advogados de Moro reagiram afirmando que não tiveram acesso ao inquérito e contestando a base das acusações. Em nota, defenderam que “essas diligências apenas confirmarão que os relatos de Tony Garcia são mentirosos”.
A autorização de Toffoli surge num momento de tensão institucional, colocando o STF no centro de disputas com figuras políticas de alta visibilidade. A medida também desafia a velha narrativa de que investigações sobre agentes públicos de alta relevância não podem atingir a estrutura onde atuaram.