Atlas: Lula volta a ter maioria de aprovação popular e rompe tendência de queda

A aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a superar a desaprovação entre os brasileiros, segundo pesquisa AtlasIntel em parceria com a Bloomberg, divulgada nesta sexta-feira (24). O levantamento mostra que 51,2% da população avaliam positivamente o governo, enquanto 48,1% o desaprovam. Apenas 0,6% responderam que não souberam opinar.

A pesquisa foi realizada entre 15 e 19 de outubro de 2025, com 14.063 entrevistas feitas por meio de recrutamento digital aleatório, pelo método Atlas RDR. A margem de erro é de um ponto percentual, com 95% de confiança.

Pequena alta e estabilidade no cenário geral

Os resultados representam uma variação dentro da margem de erro em relação ao levantamento anterior, quando Lula registrava 50,8% de aprovação. Apesar disso, o índice de now é o melhor desde janeiro de 2024, quando o presidente também atingiu 51,2%. A diferença em relação ao início do ano passado aparece na taxa de rejeição: na época, a desaprovação era de 45,4%, abaixo dos 48,1% atuais.

Esse movimento mostra que o governo mantém um país dividido, mas com leve vantagem positiva, em meio a um cenário político marcado por disputas nacionais, reorganização de alianças e debates sobre economia, segurança, serviços públicos e presença internacional do Brasil.

Onde Lula cresce

A pesquisa mostra que a aprovação do presidente não é uniforme entre os grupos sociais, indicando diferenças importantes por idade, escolaridade, renda, religião e região do país.

Entre as mulheres, Lula tem 55,7% de aprovação, acima do índice nacional.

O presidente também registra maiores níveis de apoio entre:

GrupoAprovaçãoPessoas com mais de 60 anos67,9%Brasileiros com ensino superior completo60,3%Famílias com renda acima de R$ 10 mil64,6%Agnósticos e ateus81,3%Moradores do Nordeste54,8%

Esses segmentos refletem parte da base política histórica do governo e também grupos que vêm sendo priorizados em ações sociais, políticas de saúde, programas educacionais e projetos de investimento regional.

Onde Lula encontra maior resistência

O desempenho é mais desfavorável entre:

GrupoAprovaçãoHomens46,1%Pessoas de 25 a 34 anos39,1%Brasileiros com até ensino médio43,1%Famílias com renda de até R$ 2 mil6%Evangélicos27,6%Moradores do Centro-Oeste37,2%

O dado mais expressivo é entre famílias com renda de até R$ 2 mil, onde a aprovação cai drasticamente para 6%, indicando percepção de maior dificuldade econômica nesse grupo.

Entre os evangélicos, a aprovação de 27,6% confirma um distanciamento que tem sido discutido desde 2022. Esse segmento permanece um dos campos estratégicos para futuras articulações políticas do governo.

Interpretação do cenário

O levantamento reflete um equilíbrio delicado: Lula mantém maioria mínima de apoio, mas enfrenta resistências entre grupos estratégicos, principalmente:

homens jovens de classe média e baixa,

evangélicos,

regiões com forte agronegócio e conservadorismo eleitoral.


Por outro lado, sua aprovação cresce entre:

população idosa,

indivíduos com ensino superior,

grupos com renda mais alta,

setores sem filiação religiosa,

eleitorado do Nordeste.


Esses recortes ajudam a projetar tendências nas disputas de 2026, especialmente para presidência, governos estaduais e Congresso Nacional.

Contexto político do resultado

O período da pesquisa ocorre em um momento de:

negociações no Congresso envolvendo orçamento e políticas sociais;

retomada de obras e programas habitacionais;

discussão sobre reforma tributária na etapa de regulamentação;

fortalecimento da agenda internacional do governo, com reuniões bilaterais e participação em fóruns multilaterais;

reconfiguração das alianças entre partidos de centro e centro-direita.


Simultaneamente, o campo da oposição passa por fragmentação na definição de candidaturas e projetos nacionais.

A combinação desses fatores reduz tensões políticas em parte do eleitorado, ao mesmo tempo em que alimenta disputas eleitorais antecipadas nos grandes colégios eleitorais.

Conclusão

A pesquisa AtlasIntel/Bloomberg indica que Lula preserva uma maioria mínima de aprovação, com variação dentro da margem de erro, mas alcançando o melhor índice desde o início de 2024.

O cenário segue polarizado, com diferenças marcantes por renda, religião, escolaridade e região, e deve ser determinante na formação de alianças e na estratégia de comunicação do governo ao longo dos próximos meses.

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