Ibovespa bate recorde e dólar recua após encontro de Lula e Trump na Malásia

Foto: REUTERS/Amanda Perobelli

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, registrou nesta segunda-feira (27) seu fechamento recorde, avançando 0,55% e atingindo 146.969 pontos. Pela manhã, o índice chegou à máxima intradiária de 147.977 pontos, maior valor da história. No mesmo dia, o dólar encerrou a sessão em queda de 0,42%, cotado a R$ 5,3697.

O desempenho positivo reflete o otimismo dos investidores após a reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, no domingo (26), em Kuala Lumpur, na Malásia. O encontro, que ocorreu à margem da cúpula da ASEAN, foi considerado pelos dois líderes “muito bom”. Trump elogiou Lula, chamou o presidente brasileiro de “vigoroso” e ainda desejou feliz aniversário ao petista, que completou 80 anos nesta segunda-feira.

Durante o encontro, Lula ressaltou o déficit comercial do Brasil com os EUA e solicitou a suspensão temporária das tarifas de 50% impostas a produtos brasileiros, sugerindo que o país pode atuar como mediador entre os EUA e a Venezuela. Trump demonstrou disposição para negociação, embora sem firmar compromissos definitivos.

Além das questões bilaterais, o encontro impulsionou a expectativa de uma possível trégua comercial entre EUA e China. Trump seguiu para o Japão nesta segunda-feira e se encontrará com o presidente chinês Xi Jinping na Coreia do Sul, com foco em acordos comerciais e na transferência de controle do aplicativo TikTok para os EUA.

O mercado global reagiu de forma positiva: as ações chinesas registraram altas, com o índice de Xangai subindo 1,18%, o CSI300 avançando 1,19% e o Hang Seng de Hong Kong 1,05%. Wall Street também teve recordes, com Dow Jones subindo 0,71%, S&P 500 1,22% e Nasdaq 1,86%.

No cenário doméstico, o resultado também foi influenciado pela mediana das projeções de inflação oficial brasileira em 2025, que caiu de 4,70% para 4,56%, conforme relatório Focus do Banco Central, e pelo ambiente de estabilidade na taxa Selic, mantida em 15%.

Lucas Allabi: Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab
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