O preço da ‘corrida pela inteligência artificial’

O futuro radioativo dos Estados Unidos de Trump

Administração Trump firma “parceria estratégica” com gigante do setor nuclear Westinghouse para suprir demanda energética sem precedentes da inteligência artificial. Em um movimento que redefine a matriz energética para a era digital, o governo dos Estados Unidos anunciou nesta terça-feira (28) um acordo monumental: uma “parceria estratégica” de US$ 80 bilhões. O objetivo? Aumentar massivamente a geração de energia nuclear para saciar a sede crescente do setor de inteligência artificial.

O anúncio foi feito pela própria Westinghouse, uma gigante histórica do setor nuclear. A parceria, segundo o comunicado da empresa, envolve o governo Trump, a Brookfield Asset Management e a Cameco – esta última, a empresa controladora da Westinghouse. A aliança “acelerará a implantação de energia nuclear e inteligência artificial nos Estados Unidos”.

Este é o maior investimento de Washington em energia nuclear desde que Trump retornou à Casa Branca em janeiro, sinalizando uma forte aposta na divisão do átomo como a espinha dorsal da próxima revolução tecnológica. Um porta-voz da Westinghouse confirmou que o governo dos EUA financiará integralmente o projeto.

A iniciativa expõe uma realidade incontornável da nova economia: a inteligência artificial consome uma quantidade colossal de energia. A demanda dos data centers, necessários para treinar modelos complexos e processar volumes exponenciais de dados, está forçando o setor de tecnologia a buscar fontes de energia que sejam, acima de tudo, estáveis e potentes – características da geração nuclear.

Os Estados Unidos não estão sozinhos nessa percepção. Gigantes da tecnologia como Google e Microsoft, cientes do gargalo energético que se aproxima, também anunciaram recentemente investimentos significativos em energia nuclear, tentando garantir o suprimento necessário para manter suas operações de IA competitivas em escala global.

Para a administração atual, o movimento é tanto tecnológico quanto geopolítico. O Secretário de Energia, Chris Wright, foi enfático ao ligar o investimento à agenda política da Casa Branca.

Segundo Wright, a iniciativa “ajudará a concretizar a grande visão do Presidente Trump de energizar plenamente os Estados Unidos e vencer a corrida global na inteligência artificial”.

O secretário completou, reforçando a narrativa de um ressurgimento do setor, que por décadas enfrentou estagnação nos EUA: “O Presidente Trump prometeu um renascimento da energia nuclear, e agora está cumprindo a promessa”.

O acordo não é apenas uma injeção de capital; é um plano de infraestrutura agressivo. Um porta-voz da Westinghouse ligou o investimento diretamente a uma diretiva presidencial emitida em maio.

O acordo, disse ele, estava “relacionado à ordem executiva de Trump, de maio, para que 10 ‘novos grandes reatores com instalações totalmente projetadas estivessem em construção até 2030′”.

Apesar da meta ambiciosa para o início das construções, a Westinghouse foi cautelosa e não especificou em seu comunicado quando os novos reatores nucleares estariam, de fato, operacionais e conectados à rede.

O megainvestimento de US$ 80 bilhões sela, assim, uma aliança profunda entre o átomo e o algoritmo, uma aposta de alto risco e alta recompensa para garantir que a próxima geração da tecnologia americana tenha a energia necessária para se desenvolver.

Com informações de Europa Press*

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