O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nesta quinta-feira (30) que o desenvolvimento e a revitalização chinesa caminham em sintonia com a visão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “Tornar a América grande novamente”. A declaração foi feita durante uma reunião entre os dois líderes, após a chegada de Xi a Busan, na Coreia do Sul, para o 32º Encontro de Líderes Econômicos da APEC, realizado em Gyeongju, e durante sua visita de Estado ao país asiático. A informação foi publicada pelo jornal Global Times.
Xi afirmou que China e Estados Unidos “são plenamente capazes de ajudar um ao outro a ter sucesso e prosperar juntos”, destacando que a cooperação entre as duas maiores economias do mundo é essencial para o equilíbrio global e o desenvolvimento sustentável.
“China e Estados Unidos devem ser parceiros e amigos. É isso que a história nos ensinou e o que a realidade exige”, declarou o líder chinês durante o encontro com Trump.
Aproximação econômica e política
O presidente da China destacou que está disposto a trabalhar de forma contínua com o presidente norte-americano para consolidar uma base estável nas relações bilaterais. Segundo ele, o foco deve estar em “construir uma base firme para o relacionamento China-EUA e criar um ambiente favorável ao desenvolvimento de ambos os países”.
A reunião em Gyeongju ocorre em meio a esforços de reaproximação diplomática entre Washington e Pequim, após anos de tensões comerciais e tecnológicas. As duas potências têm buscado restabelecer canais de comunicação e conter a escalada de disputas sobre comércio, semicondutores e segurança internacional.
Contexto internacional
O encontro entre Xi e Trump acontece paralelamente às discussões da Cúpula da APEC, que reúne as principais economias da região Ásia-Pacífico. O evento tem como eixo o fortalecimento do comércio multilateral, a estabilidade das cadeias globais de suprimento e a cooperação tecnológica, em um cenário de incertezas econômicas e disputas geopolíticas crescentes.
De acordo com o Global Times, o governo chinês considera a atual etapa das negociações como “crítica para restaurar a confiança mútua” entre as duas potências e reduzir riscos de fragmentação global.
Xi reforçou que as diferenças devem ser tratadas com “racionalidade e pragmatismo”, enfatizando a importância de manter diálogo constante e buscar soluções que beneficiem ambos os países.
“As relações China-EUA devem ser vistas sob a ótica do desenvolvimento de longo prazo. A prosperidade de um contribui para a prosperidade do outro”, disse Xi.
Repercussão e impactos globaisO discurso do presidente chinês foi interpretado por analistas internacionais como um sinal de trégua econômica e uma tentativa de estabilizar as expectativas dos mercados. A aproximação com os Estados Unidos também é vista como uma estratégia para mitigar os efeitos das sanções e restrições comerciais impostas nos últimos anos.
Nos bastidores da APEC, diplomatas afirmaram que a reunião entre Xi e Trump representa uma mudança de tom nas relações entre as duas potências, abrindo espaço para novas rodadas de cooperação econômica e tecnológica.
Apesar disso, ainda há divergências significativas sobre temas como propriedade intelectual, subsídios industriais e segurança digital, que seguem como pontos de tensão nas tratativas entre os dois países.
O governo chinês, segundo a imprensa oficial, pretende transformar os entendimentos alcançados na Coreia do Sul em uma agenda permanente de cooperação, a ser acompanhada por grupos técnicos e reuniões ministeriais nas próximas semanas.