Lula reduz desgaste nas redes após operação no Rio, mas debate segue polarizado

A nova legislação fecha brechas no Código Penal e transfere líderes criminosos para presídios federais, em resposta à escalada da violência / Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva registrou queda na percepção negativa nas redes sociais após a operação policial no Rio de Janeiro que deixou ao menos 121 mortos, segundo dados da empresa de monitoramento digital Datrix, divulgados pela coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

Entre os dias 28 e 31 de outubro, a taxa de menções negativas ao presidente recuou de quase 70% para 51,7%, indicando estabilização na imagem do governo após repercussão inicial desfavorável.

Apesar do recuo, críticas permanecem. Os principais ataques associam o presidente a facções criminosas e o acusam de omissão. Entre os termos mais mencionados, estão “Lula presidente dos traficantes” e citações a declarações antigas do presidente sobre usuários de drogas e organizações criminosas.

Pronunciamento freou desgaste digital

A melhora na percepção digital ocorreu após publicações oficiais do governo e declarações públicas de Lula. O presidente afirmou que o combate ao crime deve ser coordenado e feito “sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco”.

A Datrix destaca que o ambiente segue polarizado, com segurança pública consolidada como tema central na disputa política virtual.

Oposição ganha tração no debate

Entre as vozes críticas com maior alcance no período, destacaram-se Flávio Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, que juntos representaram cerca de 20% das menções. Ambos foram impulsionados por mensagens de apoio à operação no Rio e críticas à atuação federal.

Dados divulgados pelo governo do Rio

Balanço parcial da operação divulgado pelas autoridades fluminenses aponta:

117 suspeitos mortos

99 identificados

78 com histórico criminal relevante

40 vindos de outros estados
(13 do Pará, 7 do Amazonas, 6 da Bahia, 4 do Ceará, 1 da Paraíba, 4 de Goiás, 1 do Mato Grosso, 3 do Espírito Santo)

42 com mandados de prisão pendentes


A Polícia Civil afirma que o objetivo foi cumprir mandados relacionados ao combate ao crime organizado.

PL Antifacção enviado ao Congresso

Diante da repercussão e do avanço das facções, Lula enviou à Câmara dos Deputados o PL Antifacção, que endurece instrumentos legais contra organizações criminosas. O movimento ocorre próximo ao calendário eleitoral municipal de 2026 e foi acelerado pela Casa Civil.

Contexto político

Governadores de partidos de direita se reuniram no Rio na véspera da operação em apoio ao governador Cláudio Castro (PL). Estiveram presentes, entre outros:

Romeu Zema (Novo-MG)

Ronaldo Caiado (União Brasil-GO)

Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) — por videoconferência


A articulação foi interpretada no governo federal como gesto político com impacto eleitoral. Integrantes do Planalto defendem avanço na PEC da Segurança, proposta pelo Executivo para reforçar políticas nacionais de segurança pública.

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