A expectativa entre aliados de Jair Bolsonaro é de que o Supremo Tribunal Federal (STF) determine, já na próxima semana, a transferência do ex-presidente para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. O envio ocorreria após a provável rejeição dos embargos de declaração apresentados pela defesa. A informação é de Paulo Cappelli na sua coluna do Metrópoles.
Fontes próximas ao ex-mandatário avaliam que parte dos ministros da Corte entende a prisão em regime fechado como um gesto simbólico diante das condenações relacionadas à tentativa de golpe de Estado. Um familiar de Bolsonaro, em conversa reservada, afirmou que a medida teria o objetivo de “humilhar” e “desgastar” o ex-presidente.
Mesmo entre apoiadores, há quem acredite que a passagem pela Papuda será breve. A aposta é que, após algumas semanas, o STF autorize novamente a prisão domiciliar, considerando o estado de saúde de Bolsonaro — que ainda enfrenta complicações decorrentes da facada sofrida em 2018 e foi diagnosticado neste ano com câncer de pele.
Procurado, o STF não se manifestou oficialmente sobre o caso.
Segundo apuração da coluna, ministros têm discutido internamente a situação. Um magistrado com influência na Corte, e próximo de Alexandre de Moraes, defende a manutenção da prisão domiciliar. “Se foi concedido a Fernando Collor, não há motivo para negar a Jair Bolsonaro”, afirmou, destacando a necessidade de cuidados médicos especiais em ambos os casos.
Moraes, por outro lado, tem defendido que o ex-presidente seja transferido para uma cela especial na Papuda, com condições controladas — incluindo paredes brancas, televisão e ar-condicionado.
Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes. A prisão domiciliar em vigor foi decretada por descumprimento de medidas cautelares em outra investigação, que apura possível crime de coação no curso do processo.