O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou o planejamento de uma possível operação militar contra cartéis de drogas no México, segundo informações divulgadas pela emissora NBC nesta segunda-feira (3). A ação, de acordo com fontes citadas pela reportagem, pode incluir ataques terrestres, embora ainda não haja decisão final sobre sua execução.
As etapas iniciais de preparação já estariam em andamento dentro do Departamento de Defesa, com estudos estratégicos sobre possíveis alvos e rotas de ação. As fontes ouvidas pela NBC afirmaram que o plano ainda está em fase preliminar e depende de autorização direta da Casa Branca.
O tema reacende o debate sobre o uso de forças armadas norte-americanas em território estrangeiro sem aprovação do Congresso, o que exigiria justificativa de ameaça direta à segurança nacional. Até o momento, nem o Pentágono nem o governo mexicano se pronunciaram oficialmente sobre o assunto.
A iniciativa ocorre em meio ao aumento da pressão política interna sobre o combate ao tráfico de fentanil e outras drogas sintéticas, cuja origem é frequentemente associada a grupos criminosos mexicanos. Trump, que busca fortalecer seu discurso de segurança e controle de fronteiras, já havia sugerido em 2019 a possibilidade de designar os cartéis mexicanos como “organizações terroristas”, o que abriria espaço legal para ações militares.
Segundo analistas de segurança consultados pela NBC, uma operação desse tipo representaria um movimento inédito nas relações entre os dois países e poderia gerar fortes repercussões diplomáticas. O México tem reiterado, em diferentes ocasiões, que não permitirá intervenções militares estrangeiras em seu território.
A emissora destacou ainda que o plano seria uma das várias opções avaliadas por conselheiros de segurança dos Estados Unidos para conter o avanço do narcotráfico e o aumento de mortes por overdose no país. A avaliação do governo norte-americano, segundo a reportagem, é de que a crise do fentanil se tornou um problema de segurança nacional.
Até o momento, a Casa Branca não confirmou oficialmente a existência do planejamento citado pela NBC, nem há previsão de anúncio público sobre uma eventual decisão militar.