O Palácio do Planalto iniciou uma operação para retirar indicados do PL de Jair Bolsonaro de cargos estratégicos no governo federal, em movimento que coincide com a reorganização da base aliada no Congresso. As informações foram divulgadas pelo Metrópoles.
A ação incluiu exonerações em estatais, autarquias e órgãos federais e, segundo integrantes da articulação política, já foi concluída. O próximo passo será a redistribuição das vagas entre partidos governistas, excluindo o PL das novas nomeações.
Entre os cargos atingidos estão uma vice-presidência da Caixa Econômica Federal, diretorias do Postalis — fundo de pensão dos Correios — e postos no Ministério da Agricultura. O titular da pasta, Carlos Fávaro, relatou a aliados que superintendências regionais estavam ocupadas por apadrinhados de deputados do PL, com influência direta sobre políticas e recursos considerados estratégicos.
A retirada desses quadros integra um esforço do governo para concentrar espaços de poder em partidos mais alinhados ao Executivo. Segundo fontes da articulação política, a medida também funciona como sinalização ao Congresso sobre a exigência de fidelidade nas votações, em especial no momento em que o governo trabalha para recompor maioria estável na Câmara.
O PL, maior partido da oposição, vinha mantendo presença residual em determinadas áreas da administração federal desde o início do mandato atual. Com a operação, o Planalto encerra as nomeações vinculadas ao grupo de Bolsonaro e direciona as vagas a partidos que apoiam iniciativas do governo.
Até o momento, o PL não deve ser contemplado em nenhuma das novas indicações, consolidando sua exclusão das estruturas administrativas estratégicas.