Tribunal decide nesta segunda se Sarkozy deixa prisão após menos de três semanas detido

Foto: Reuters/Sarah Meyssonnier

Um tribunal de Paris analisa nesta segunda-feira (10) o pedido de liberdade provisória do ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, preso há menos de três semanas por conspiração criminosa em um caso de financiamento ilegal de sua campanha presidencial de 2007 com recursos da Líbia.

Sarkozy, de 70 anos, tornou-se o primeiro ex-chefe de Estado francês da era moderna a ser encarcerado após sua condenação, em 25 de setembro. Ele foi efetivamente preso em 21 de outubro e, desde então, cumpre uma pena de 5 anos na prisão de La Santé, em Paris. Se o pedido for aceito, poderá deixar o presídio ainda nesta segunda, sob supervisão judicial.

Durante o julgamento por videoconferência, Sarkozy descreveu sua experiência na prisão como “muito dura”. “É difícil, muito difícil — certamente para qualquer prisioneiro. Eu diria até que é implacável”, afirmou. Ele também agradeceu aos funcionários do estabelecimento prisional, dizendo que “tornaram este pesadelo suportável”.

Pela legislação francesa, a prisão antes do julgamento em segunda instância deve ser uma medida excepcional. Os juízes responsáveis pela audiência devem avaliar se Sarkozy representa risco de fuga, pode pressionar testemunhas ou interferir no andamento da justiça.

Seu advogado, Christophe Ingrain, argumentou durante a sessão que “é a detenção que representa uma ameaça para Nicolas Sarkozy, e não o contrário”. Segundo ele, o ex-presidente está em isolamento na prisão e conta com a proteção de dois agentes penitenciários — fatores que, segundo a defesa, reforçam a necessidade de sua liberdade.

Sarkozy nega qualquer irregularidade no caso e afirma ser vítima de uma “conspiração” envolvendo o ex-líder líbio Muammar Gaddafi. Além desse processo, ele ainda enfrenta outras investigações, incluindo uma decisão da mais alta corte francesa, prevista para 26 de novembro, sobre o financiamento ilegal de sua campanha de reeleição em 2012, e uma apuração em curso por suposta manipulação de testemunhas no caso líbio.

Lucas Allabi: Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab
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