A nova pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quarta-feira (12), mostra que o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), ganhou destaque nacional após a operação policial mais letal da história do estado, que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha.
O levantamento indica que Castro passou a ser mais bem avaliado entre eleitores de direita e que sua imagem se fortaleceu após o lançamento do “Consórcio da Paz”, aliança formada por governadores de perfil conservador com foco em políticas de segurança pública.
A pesquisa foi realizada entre 6 e 9 de novembro de 2025, com 2.004 entrevistados em 120 municípios de todas as regiões do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o nível de confiança é de 95%.
“Consórcio da Paz” tem repercussão positiva
De acordo com a pesquisa, 46% dos brasileiros acreditam que o Consórcio da Paz pode ajudar a reduzir a violência, enquanto 47% veem a iniciativa como uma ação mais política do que prática.
Entre os eleitores que se identificam com a direita, a percepção é majoritariamente favorável: 65% afirmam que Cláudio Castro foi o governador que “se saiu melhor” da reunião de lançamento do consórcio.
O movimento, criado em 30 de outubro, busca integrar forças estaduais de segurança por meio do compartilhamento de inteligência, efetivos e apoio logístico entre os estados participantes.
“É do Rio e para o Brasil”, declarou Castro ao anunciar o projeto.
O grupo reúne os governadores Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Eduardo Riedel (PP-MS) e Jorginho Mello (PL-SC). O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), participou da reunião por videoconferência, enquanto o Distrito Federal foi representado pela vice-governadora Celina Leão (PP).
Cláudio Castro ganha força entre eleitores conservadores
A pesquisa da Quaest mostra que Castro passou a ser lembrado nacionalmente como uma das principais lideranças da direita no país. Segundo os dados, sua imagem melhorou especialmente entre eleitores que aprovam políticas de endurecimento contra o crime organizado.
Para analistas políticos, a visibilidade de Castro após a chacina e o lançamento do consórcio deve ampliar seu papel nas articulações de segurança pública em nível federal e pode posicioná-lo como figura de destaque nas eleições de 2026, inclusive como potencial vice em uma chapa presidencial de direita.
Segurança pública domina debate nacional
O levantamento também confirma que a segurança pública é o tema mais citado pelos brasileiros como principal preocupação do momento. O assunto ultrapassou economia e saúde, refletindo o impacto da operação no Rio e a crescente cobertura midiática sobre o avanço de facções no país.
Desde o episódio, 67% dos entrevistados afirmam apoiar a operação, mesmo diante do alto número de mortes, e 57% discordam da crítica feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que classificou a ação como “desastrosa”.
Essa percepção reforça a divisão política sobre a condução da segurança pública no Brasil. Enquanto parte da população cobra respostas mais duras ao crime organizado, outra parcela critica o uso excessivo da força e a ausência de controle externo nas operações.
Disputa de narrativas
A pesquisa também indica que o debate sobre segurança tende a influenciar o cenário político de 2026. Governadores de direita têm buscado se apresentar como defensores da “lei e da ordem”, enquanto o governo federal tenta equilibrar o discurso entre respeito aos direitos humanos e combate à criminalidade.
Nesse contexto, o Consórcio da Paz se consolida como uma plataforma política regional, com potencial para unificar discursos de governadores que pretendem ampliar sua projeção nacional.
Estratégia de comunicação e próximos passos
O governo do Rio pretende usar o consórcio como instrumento de cooperação técnica permanente, com foco em operações interestaduais, cruzamento de dados criminais e compartilhamento de tecnologia.
Castro afirmou que as ações devem ser coordenadas e contínuas, envolvendo tanto inteligência policial quanto apoio a municípios de fronteira e regiões metropolitanas.
“O crime é nacional. As fronteiras são estaduais, mas o tráfico, as armas e as facções não respeitam esses limites”, declarou o governador.
O próximo encontro do consórcio deve ocorrer em Belo Horizonte, sob coordenação de Romeu Zema, com previsão de assinatura de protocolos de cooperação em segurança pública e investimentos conjuntos em tecnologia e monitoramento.