O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta quinta-feira (13) que o Brasil espera nos próximos dias uma resposta dos Estados Unidos sobre um “mapa do caminho” que oriente as negociações bilaterais para resolver pendências comerciais — em especial a tarifa adicional de 50% imposta a diversos produtos brasileiros.
Vieira esteve em Washington para uma reunião com o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, após já ter se encontrado com ele duas vezes durante a cúpula do G7 no Canadá, na quarta-feira (12).
Após o encontro na capital americana, o chanceler informou que o Brasil já entregou, em 4 de novembro, uma resposta detalhada à lista de demandas enviada pelos EUA em 16 de outubro. “Apresentamos nossas propostas para a solução das questões. Agora estamos esperando que eles nos respondam”, disse.
Segundo Vieira, Rubio manifestou interesse em nome do governo dos EUA em avançar rapidamente nas tratativas. O secretário de Estado teria afirmado que a resposta de Washington virá “muito rapidamente”, possivelmente ainda esta semana ou no início da próxima.
O ministro também relatou que Rubio mencionou comentários do presidente Donald Trump, que teria dito ter gostado muito do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Malásia e demonstrado disposição para resolver as questões comerciais pendentes entre os dois países.
O objetivo de ambas as partes, segundo Vieira, é concluir até o fim de novembro ou, no máximo, no início de dezembro, um acordo provisório que estabeleça o “mapa do caminho” para as negociações. Esse roteiro orientaria as discussões pelos próximos um a dois anos, até a formulação de um acordo mais amplo.
“É uma demonstração do interesse do governo americano em solucionar as questões pendentes e de se aproximar do Brasil”, afirmou o ministro.
Questionado sobre a possibilidade de fim das tarifas extras especificamente para o café brasileiro, Vieira esclareceu que, nas conversas com Rubio, foi tratado apenas o marco geral das negociações. Ele lembrou que o governo Trump já sinalizou que pode derrubar as tarifas sobre o café, mas ainda não definiu a quais países a medida se aplicaria.