O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) comunicou ao presidente Lula (PT), em encontro realizado na segunda-feira (17), que pretende encerrar sua carreira política no final de 2026, quando termina seu mandato como parlamentar. A informação foi apurada pela CartaCapital.
Durante o jantar entre os dois, Pacheco afirmou que pretende retomar a carreira como advogado. Segundo relatos, Lula teria acolhido a decisão, mas aconselhou o senador a refletir bem e dialogar com sua base política, especialmente os aliados em Minas Gerais.
A partida política de Pacheco, que era considerado por aliados petistas como um nome competitivo para disputar o governo mineiro em 2026, abre uma lacuna estratégica. O Estado de Minas, com mais de 16 milhões de eleitores, tem grande importância para o PT na próxima eleição, e o senador sempre foi visto como uma figura moderada com capacidade de atrair apoio de diferentes vertentes.
Com a desistência de Pacheco, o PT já estuda alternativas para a disputa estadual. Entre os nomes avaliados está o do ex-prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PDT), que tem agenda para se reunir com dirigentes petistas nas próximas semanas. Também chegou a ser cogitada a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), mas fontes afirmam que ela prefere concorrer ao Senado a ser candidata ao Executivo estadual.
Em entrevista à CNN Brasil, Pacheco reforçou que não tem interesse em disputar o governo mineiro. Ele afirmou que seu desejo de se aposentar da política ao fim do mandato já era um plano antigo: “É algo que eu já havia me programado, e a decisão definitiva só será tomada com meus companheiros do Senado e de Minas Gerais”, disse.
A conversa entre Lula e Pacheco também estava ligada à indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF): o senador era cotado para a cadeira que será aberta pela aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso, mas Lula optou por indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias.