Apesar da recente isenção de tarifas para alguns produtos agrícolas brasileiros, uma parcela significativa das vendas do Brasil para os Estados Unidos continua sujeita a uma sobretaxa de 50%.
Segundo o jornal Valor Econômico, estudos da FGV revelam que 40,95% das exportações para os EUA, com base em dados de 2024, ainda pagam a tarifa elevada. Isso representa um valor de US$ 16,102 bilhões em produtos sobretaxados.
A tarifa média ponderada caiu de 33% para 27,7%, mas antes das medidas punitivas, a alíquota era de apenas 2,2%.
A nova lista de isenção abrange 10,21% das exportações, o que corresponde a US$ 4,01 bilhões. Café e carne bovina são os principais beneficiados.
Especialistas ouvidos pelo Valor Econômico consideram a redução positiva para o agronegócio, alinhando o Brasil aos concorrentes.
No entanto, a publicação destaca que “cerca de 40% das nossas exportações permanecem com tarifas punitivas de 50%”.
Setores importantes como máquinas, equipamentos, açúcar e etanol continuam sendo afetados.
A aceleração das negociações com o governo americano é vista como crucial para não perder mercados.
O Itamaraty informou que seguirá negociando a retirada das tarifas.
A Amcham Brasil também defende a intensificação do diálogo bilateral.
O Valor Econômico aponta que entre os produtos mais afetados estão os semimanufaturados de ferro/aço, com US$ 1,676 bilhão em exportações em 2024.
A laminação de aço não ligado/ligas especiais representa US$ 509,8 milhões.
Pás carregadeiras (US$ 470,5 milhões) e açúcar bruto (US$ 439,5 milhões) também estão na lista de produtos com altas tarifas.
Outros itens incluem molduras de madeira, sebo bovino e motoniveladoras, todos com valores de exportação na casa das centenas de milhões de dólares.