Americanos rejeitam ação militar na Venezuela e cobram explicações de Trump, aponta pesquisa

Foto: Reuters

Uma nova pesquisa da CBS News revela que uma ampla maioria de americanos considera que a presidência deve explicar o que os EUA pretendem fazer em relação à Venezuela. Para 76% da população, isso ainda não foi feito de forma clara.

O levantamento mostra que os americanos, independentemente da filiação partidária, têm pouca confiança nas intenções declaradas sobre possível intervenção militar no país latino-americano.

Além disso, muitos veem a Venezuela não como uma ameaça maior, mas como uma ameaça menor para os EUA. Dos entrevistados, 48% consideram o país como um perigo pequeno, 39% como nada perigoso e apenas 13% como uma ameaça real.

A oposição à ação militar é predominante: a ideia de usar força no país venezuelano não tem apoio unânime nem mesmo entre os republicanos. Apenas 30% dos americanos são a favor de intervenção armada na Venezuela.

Três em cada quatro americanos acreditam que Trump precisaria da aprovação do Congresso antes de realizar qualquer ação militar na Venezuela — inclusive mais da metade dos eleitores republicanos estão entre eles.

Curiosamente, apenas 1 em cada 5 entrevistados diz ter ouvido bastante sobre as acções militares dos EUA no local, sugerindo que há uma percepção geral de falta de informação sobre seus reais propósitos.

Quanto a ataques mais recentes a embarcações suspeitas de tráfico de drogas, há divisão: pouco mais da metade aprova essas ações, principalmente impulsionada por um forte apoio entre republicanos. Mas, em geral, os americanos pedem para ver provas de que aquelas embarcações realmente transportavam drogas.

A maioria também não acredita que uma ação militar dos EUA alteraria significativamente a quantidade de drogas entrando no país.

Dentro da base de apoio a Trump, os republicanos “MAGA” (mais alinhados com ele) são mais favoráveis à intervenção do que os outros republicanos. Alguns deles dizem que Trump já explicou bem os motivos, e, em troca, acreditam que a ação poderia reduzir o tráfico de drogas para os EUA.

Por outro lado, muitos que se recusam a apoiar uma ação militar — inclusive dentro do próprio partido republicano — definem suas prioridades em função da economia: estão mais propensos a julgar o governo por como ele lida com a inflação e o custo de vida do que pelo que ele faz no exterior.

Lucas Allabi: Jornalista em formação pela PUC-SP e apaixonado pelo Sul Global. Escreve principalmente sobre política e economia. Instagram: @lu.allab
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