O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) insinuou nesta terça-feira (25) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), seria responsável caso ocorra um agravamento no estado de saúde de seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado no caso da trama golpista e atualmente preso preventivamente. As declarações foram feitas a jornalistas após visita à Superintendência da Polícia Federal (PF) em Brasília.
De acordo com Flávio Bolsonaro, o ex-presidente teria apresentado uma “crise de soluços” na noite anterior. Ele afirmou: “Se acontecer alguma coisa com ele todos sabemos de quem é a responsabilidade”, evitando citar Moraes diretamente, mas deixando clara a referência ao magistrado responsável pela decisão de prisão preventiva.
As falas do senador ocorrem num momento de tensão entre aliados de Jair Bolsonaro e o STF, após a conversão da prisão domiciliar em prisão preventiva no último sábado (22). O ministro Alexandre de Moraes justificou a medida pela tentativa de violação da tornozeleira eletrônica e pelo risco de fuga, além do descumprimento reiterado de medidas cautelares.
Visita dos filhos e contexto da prisão preventiva
Mais cedo nesta terça-feira, Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro visitaram o pai na Superintendência da PF. Jair Bolsonaro permanece detido preventivamente após decisão do ministro Alexandre de Moraes, que fundamentou a medida na necessidade de proteção da ordem pública e na garantia da aplicação da lei penal. A Procuradoria-Geral da República concordou com o pedido da Polícia Federal para converter a prisão domiciliar.
No sábado, segundo narrado pelo próprio ex-presidente, agentes constataram que a tornozeleira havia sido danificada por um ferro de solda. Jair Bolsonaro declarou posteriormente que teria vivido “um episódio de confusão mental” e imaginado que o equipamento continha uma escuta. A defesa alegou que o ex-presidente acreditou ter identificado um dispositivo estranho na tornozeleira, o que o levou a tentar desmontá-la.
O episódio motivou a conversão imediata da prisão domiciliar em prisão preventiva. Moraes citou que a convocação de uma vigília por aliados poderia gerar tumulto e facilitar eventual evasão. O ministro registrou ainda que a tentativa de violação do equipamento gerou indícios suficientes de risco concreto à investigação.
Insinuação de responsabilização e tensionamento político
As declarações de Flávio Bolsonaro atribuindo responsabilidade implícita ao ministro do STF ampliam o clima de tensão política em torno da prisão do ex-presidente. Desde o anúncio da decisão, aliados têm questionado a legitimidade das medidas cautelares, enquanto o STF sustenta que houve descumprimentos reiterados das obrigações estabelecidas ao condenado.
A fala do senador ocorre no mesmo dia em que a Primeira Turma do Supremo formou maioria para manter a prisão preventiva de Jair Bolsonaro. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino já haviam registrado seus votos pela manutenção da decisão. Cristiano Zanin acompanhou o relator, consolidando a maioria.
Durante a votação, os ministros destacaram episódios recentes envolvendo tentativas de descumprimento de medidas judiciais, incluindo o uso de redes sociais, a tentativa de violação da tornozeleira e movimentos políticos considerados potencialmente capazes de gerar tumulto.
Histórico de crises de saúde mencionadas por aliados
Nos últimos dias, aliados de Jair Bolsonaro divulgaram relatos sobre supostos episódios de mal-estar, incluindo dores, náuseas e “soluços persistentes”. Em outra ocasião, Carlos Bolsonaro publicou nas redes sociais ter observado o pai “soluçando dormindo” e manifestou preocupação com risco de refluxo ou broncoaspiração.
Até o momento, não houve divulgação de boletim médico oficial. A Polícia Federal afirma que mantém monitoramento constante e que medidas de saúde seguem protocolo interno. Especialistas consultados por veículos de imprensa ressaltam que, em situações de detenção, eventuais quadros clínicos devem ser avaliados por equipe médica e formalizados por laudo.
Avanço do julgamento e próximos passos no STF
A Primeira Turma do STF realiza julgamento virtual para confirmar ou revogar a prisão preventiva. O prazo para registro de votos se encerra às 20h desta terça-feira. Com a maioria já formada, a tendência é de manutenção integral da decisão do relator.
A manutenção da prisão preventiva representa um marco no processo envolvendo o ex-presidente. Jair Bolsonaro foi condenado a mais de 27 anos por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada e outros crimes relacionados.
Novos recursos ainda podem ser apresentados pela defesa, mas especialistas avaliam que as chances de êxito são limitadas, já que o STF consolidou entendimento contrário a embargos infringentes em decisões unânimes e tende a rejeitar recursos considerados meramente protelatórios.
Clima de mobilização entre apoiadores
O comentário de Flávio Bolsonaro ocorre também em meio a tentativas de mobilização de apoiadores, com convocações de vigílias e manifestações próximas à residência do ex-presidente e a unidades da PF. Na decisão de prisão preventiva, Alexandre de Moraes citou que esse tipo de ação pode criar ambiente de instabilidade semelhante ao observado em 8 de janeiro de 2023.
Ao final de sua fala, o senador afirmou que continuará acompanhando o estado de saúde do pai e que considera a situação “grave”. Não foram fornecidos detalhes adicionais sobre a condição clínica do ex-presidente.
PAULINOCAMARGO
25/11/2025 - 19h33
Vamos torcer para ele ser levado é para a PAPUDONA, nada de mimi! Quando morreram milhares de coitados devido a Covid ele disse: E dai, não sou coveiro!!!!!!
Esta prisão na PF deve ser só um “refresco”. O Ministro Moraes deve mandar prende-lo é na PAPUDONA. Deixem ele lá, comendo quentinha sem sal, dormindo em cama de cimento com colchão fininho, e tomando banho com agua fria do cano que sai da parede. Cela cheia de pernilongos!