IPEA: Com Lula, Brasil registra os menores níveis de pobreza e desigualdade em 30 anos

O Brasil encerrou 2024 com os menores níveis de pobreza, extrema pobreza e desigualdade desde o início da série histórica em 1995. Os dados fazem parte de um estudo inédito divulgado nesta terça-feira (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e revelam também que a renda média dos brasileiros atingiu seu maior patamar em três décadas. As informações foram publicadas pela BBC News Brasil.

Segundo o levantamento, a renda média mensal por pessoa passou de R$ 1.191 em 1995 para R$ 2.015 em 2024, um crescimento de quase 70% no período. O estudo mostra que a evolução se manteve mesmo em contextos econômicos distintos e após choques que afetaram o país nos últimos anos, como recessões, pandemia e crises fiscais.

A desigualdade medida pelo coeficiente de Gini também recuou de maneira significativa. O índice, que variava em 61,5 pontos em 1995, caiu para 50,4 em 2024, uma redução de cerca de 18%. Quanto menor o valor, menor a desigualdade na distribuição de renda.

Os indicadores de pobreza extrema apresentaram queda expressiva. Em 1995, aproximadamente 25% da população vivia abaixo da linha de extrema pobreza. Em 2024, essa taxa caiu para menos de 5%, segundo o Ipea. A redução é considerada um marco dentro da série histórica iniciada há quase três décadas.

Avanços sociais e dinâmica da renda

O estudo explica que a trajetória positiva é resultado de múltiplos fatores. Entre eles, o aumento do salário mínimo, o crescimento da formalização do trabalho, transferências de renda e a recuperação do mercado de trabalho após os impactos da pandemia.

Ao longo dos últimos anos, a ampliação de políticas de inclusão produtiva e programas sociais contribuiu para melhorar a renda das famílias mais vulneráveis. O Ipea destaca que, embora o avanço tenha sido consistente, a manutenção desses números depende da continuidade de políticas públicas de longo prazo.

Os pesquisadores também apontam que houve melhora na distribuição de renda entre diferentes grupos sociodemográficos. A renda dos 40% mais pobres foi a que mais cresceu proporcionalmente na última década, diminuindo o hiato em relação aos demais extratos da população.

Outro ponto citado no relatório é o impacto regional. Entre 2022 e 2024, os maiores ganhos de renda ocorreram nas regiões Norte e Nordeste, que historicamente registram os menores valores. Segundo os economistas envolvidos no estudo, a expansão do mercado de trabalho, combinada a transferências de renda, ajudou a reduzir as disparidades regionais.

Repercussão no governo

O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, comentou os resultados em publicação na rede X. “Isso significa mais oportunidades para cada cidadão e cada cidadã do nosso país. Para nossos filhos e netos. Para o Brasil de hoje e de amanhã”, afirmou.

Alckmin também reiterou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva continuará adotando medidas para elevar a renda e reduzir desigualdades. A declaração reforça a orientação de políticas econômicas voltadas para crescimento sustentado, fortalecimento do mercado interno e expansão de programas sociais.

Integrantes da equipe econômica afirmam que o resultado do Ipea confirma a eficácia de políticas voltadas à recuperação econômica pós-pandemia. O Ministério do Desenvolvimento Social destacou, em nota, que a ampliação de benefícios sociais e a revisão de cadastros contribuíram para diminuir os níveis de vulnerabilidade.

Comparação histórica e tendências

O relatório do Ipea situa os dados de 2024 como parte de um processo de transformação estrutural. A queda contínua da desigualdade desde o início dos anos 2000 aparece como uma das tendências mais marcantes da série. Ainda assim, o levantamento aponta períodos de interrupção desse movimento, especialmente entre 2015 e 2018, quando crises econômicas reduziram a renda média e elevaram novamente a pobreza.

Um aspecto destacado pelos economistas é o aumento da renda real das famílias, impulsionado pelo controle da inflação em 2023 e 2024 e pela melhora do rendimento do trabalho. A taxa de desocupação em níveis historicamente baixos ajudou a ampliar a massa salarial.

Os autores do estudo ressaltam, contudo, que o país ainda tem desafios. Entre eles estão a informalidade persistente em determinadas regiões, a desigualdade salarial entre gêneros e grupos raciais e a dependência de políticas públicas para assegurar proteção social. O relatório indica que a continuidade de avanços dependerá de estabilidade econômica, investimentos públicos e privados e expansão de setores produtivos.

Perspectivas e próximos passos

O Ipea deve atualizar a série anualmente e incluir novos indicadores sobre mobilidade social e qualidade do emprego. A expectativa é que o próximo relatório incorpore dados detalhados sobre educação, produtividade e evolução regional da renda, permitindo analisar com maior precisão os efeitos de políticas de longo prazo.

Economistas afirmam que, embora os números indiquem melhora expressiva, será necessário observar como o comportamento da economia em 2025 influenciará esses indicadores. Questões como juros, crescimento, inflação e mercado de trabalho serão decisivas para manter ou ampliar os avanços registrados.

A divulgação dos dados ocorre em momento de debate sobre políticas fiscais, reformas estruturais e investimentos públicos. Especialistas ouvidos pela BBC News Brasil afirmam que a redução histórica da pobreza e da desigualdade fortalece a necessidade de políticas econômicas voltadas para distribuição de renda e crescimento inclusivo.

Com os resultados de 2024, o país alcança um marco dentro da série que abrange três décadas. O Ipea afirma que, apesar das oscilações econômicas ao longo dos anos, a trajetória aponta para uma melhora contínua no padrão de vida da população.

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