O PSDB iniciou uma nova fase nesta quinta-feira (27) com a posse do deputado federal Aécio Neves (PSDB-MG) na presidência nacional da sigla. A ascensão do parlamentar ao comando tucano reacende debates internos sobre o posicionamento do partido nas eleições de 2026 e a possibilidade de apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso ele entre na disputa presidencial.
Durante o evento de posse, Aécio deixou claro que qualquer composição com Tarcísio dependerá de como o governador se apresentará ao eleitorado. “Se Tarcísio for apenas o candidato de Bolsonaro, não o apoiaremos”, afirmou o novo dirigente, sinalizando que o PSDB ainda não fechou alianças.
A cerimônia reuniu parlamentares próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro, entre eles o vice-presidente da Câmara, Altineu Côrtes (PL-RJ), e o líder bolsonarista Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que também discursaram.
Ao falar sobre sua trajetória política, Aécio recordou que aprendeu a “fazer oposição vendo o PSDB atuar contra os petistas” e destacou sua admiração pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e pela história do partido. O deputado voltou a comentar sua situação na Lava Jato, afirmando ter sido “injustiçado nos últimos anos” e estabeleceu como meta eleger 30 deputados federais e “recolocar o PSDB no tabuleiro político” em 2026.
O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também esteve presente e declarou que “o fortalecimento do PSDB é o fortalecimento do debate saudável no Congresso”. A fala ocorre dias após ele anunciar o rompimento de sua relação com o PT — movimento que ganhou força após declarar à Folha de S.Paulo: “Não tenho mais interesse em ter nenhum tipo de relação com o deputado Lindbergh Farias”. A decisão foi confirmada por aliados ao Estadão/Broadcast.