A parceria entre o governo da Paraíba, o MCTI e a chinesa CETC dá início ao primeiro centro internacional de computação quântica do país, com investimento robusto e transferência tecnológica
A Paraíba caminha para ocupar um espaço estratégico no mapa da tecnologia avançada do país. Nesta segunda-feira (24), o governador João Azevêdo recebeu representantes da empresa chinesa CETC na Granja Santana para avançar nas tratativas de implantação do primeiro Centro Internacional de Computação Quântica do Brasil — um empreendimento que promete reposicionar o estado como referência em pesquisa, indústria e formação de mão de obra qualificada.
Investimento robusto e parceria federativa para mudar o futuro
Com previsão de investimento de R$ 75 milhões e apoio direto do Governo Federal, por meio do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a iniciativa deve começar a sair do papel no primeiro semestre de 2026. O coração do projeto será a aquisição de um computador quântico, instalado em uma área de cerca de 64 metros quadrados, acompanhado de um amplo programa de transferência de tecnologia e capacitação profissional.
A proposta tem potencial para mudar a dinâmica do mercado de trabalho na região e criar oportunidades para jovens que buscam inserção em áreas de ponta. Para João Azevêdo, trata-se de uma conquista histórica: “Esse projeto será revolucionário não só para a Paraíba, mas também para o Brasil. Gostaria de reafirmar o total envolvimento do nosso Governo na concretização deste projeto”, afirmou, destacando também a parceria com o Governo Federal.
O governador reforçou que o impacto do centro ultrapassa o campo tecnológico: “A implantação do Centro de Computação Quântica na Paraíba trará novos horizontes para a nossa população, abrindo uma janela enorme de oportunidades para os nossos jovens, mas também fortalecendo outras áreas muito importantes para o desenvolvimento da Paraíba, como a agricultura e a própria indústria.”
Pilares estratégicos e intercâmbio internacional
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior, Cláudio Furtado, explicou que o Centro será estruturado sobre três pilares considerados essenciais para o salto tecnológico pretendido.
Segundo ele, o primeiro eixo envolve o desenvolvimento de cálculos complexos em áreas científicas e produtivas que hoje só podem ser realizados com computadores quânticos. O segundo pilar corresponde à transferência de tecnologia, permitindo que o estado aprenda, domine e futuramente produza suas próprias máquinas quânticas. E, por fim, o terceiro ponto é a criação de um centro de formação de recursos humanos altamente qualificados, atraindo pesquisadores internacionais e fortalecendo a rede local de pesquisa.
Do lado chinês, o entusiasmo também é evidente. Xu Hai, vice-presidente da CETC-IQC, ressaltou a aposta da instituição no estado: “Por isso, o objetivo desse projeto é que o Estado da Paraíba possa desenvolver seus próprios computadores quânticos com a transferência da nossa tecnologia, algo que não é comum de acontecer,” disse, destacando a confiança no Governo da Paraíba.
Turismo científico e apoio ao radiotelescópio Bingo
Além da estrutura de pesquisa, o Centro contará com espaço para visitação, o que pode abrir um novo segmento de turismo científico no estado, movimentando a economia e gerando empregos. O computador quântico também terá papel fundamental no processamento de dados do radiotelescópio Bingo, que está sendo instalado no município de Aguiar, no Alto Sertão, ampliando a conexão entre ciência avançada e desenvolvimento regional.
A reunião que tratou dos detalhes do projeto contou com a presença de diversos secretários e autoridades estaduais, entre eles Marialvo Laureano (Sefaz), Rômulo Polari (Cinep), Gilmar Martins (Planejamento), Nonato Bandeira (Secom), Ronaldo Guerra (Chefe de Gabinete) e o professor Amilcar Queiroz (UFCG).
Com bases sólidas, cooperação internacional e forte articulação entre governo estadual e federal, a Paraíba se coloca na vanguarda científica do país — e acena para um futuro em que a tecnologia quântica deixe de ser promessa distante e se torne um motor concreto de desenvolvimento social e econômico.